Caça precisa de ser profissionalizada

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Ter, 31/01/2023 - 08:53


A caça, com a regulação adequada, contribui para o equilíbrio dos ecossistemas e para a gestão das populações animais. No entanto, devido às burocracias inerentes à actividade, os caçadores sentem-se cada vez mais sufocados

Na Feira da Caça e do Turismo, que decorreu em Macedo de Cavaleiros, houve lugar para se abordar a temática da valorização da atividade cinegética.

Depois da montaria do terceiro dia do evento, Fernando Messias, caçador natural de Mogadouro, defendeu o papel que a caça desempenha principalmente para dinamizar o dia-a-dia das gentes do Nordeste Transmontano. "A caça é uma das formas de trazermos e preenchermos as nossas aldeias, que estão completamente desertificadas. Acaba por ser até uma festa e é um dia diferente para aquelas pessoas que vivem ali todo o ano na penumbra. Acabamos por trazer pessoas a conhecer os nossos produtos e aquilo que de melhor temos na região".

À semelhança dos restantes caçadores, Fernando Messias apela a uma valorização da atividade cinegética por parte das entidades competentes, já que gera tanta riqueza para a região. "A actividade devia ser mais apoiada, mesmo por parte dos municípios, de entidades competentes, por isto é o que dá vida, sobretudo no Inverno. É uma das formas de se trazer gente de todo o país e até de Espanha".

João Alves, presidente da Federação das Associações de Caçadores da 1ª Região Cinegética, foi eleito há dois anos e fez este ano a sua primeira Feira da Caça e do Turismo, em Macedo de Cavaleiros.

Quanto à sua tomada de posição sobre as burocracias inerentes ao setor, João Alves admite que têm feito um esforço junto das entidades competentes para simplificarem os processos, “mas não tem sido possível”. "Estamos a insistir, cada vez mais, a insisti, junto das entidades oficiais, para que as coisas sejam mais simples, mas não tem sido possível. De qualquer forma, o caminho faz-se caminhando e temos esperança que as coisas venham a melhorar".

Muitos caçadores e apoiantes defendem que a caça devia ser profissionalizada e, assim, teria o devido valor e regulamentação. João Alves apoia os argumentos e acrescenta ainda que, desse modo, “traria muito mais rendimentos”. "Em determinadas situações, deveríamos partir para a profissionalização porque, de facto, já é uma actividade que engloba muita coisa, que mexe muito com a economia local. Temos diversas actividades que mexem com o meio rural. Havendo mais organizações que se profissionalizassem poderíamos rentabilizar a actividade".

A Feira da Caça e do Turismo decorreu em Macedo de Cavaleiros, de 26 a 29 de Janeiro.

Escrito por Brigantia

Jornalista: 
Daniela Parente