Qua, 16/03/2022 - 09:09
Para quem procura uma vaga num lar de idosos na região, a lista de espera é uma certeza. Maior ou menor, o tempo médio para conseguir uma vaga varia entre 1 a 6 meses, mas em algumas instituições pode chegar a um ano.
Paula Pimentel da União das IPSS do Distrito de Bragança adiantou que segundo a informação de que dispõe, não existem vagas neste momento em ERPI na região.
“Temos instituições em que muitas vezes o tempo de espera vai até um ano. O motivo é mesmo o envelhecimento da população e fora um período pós primeira vaga da pandemia, em média têm sempre que aguardar algum tempo para serem admitidas numa estrutural residencial”, referiu.
A também directora da Fundação Betânia em Bragança, onde há 70 utentes, diz que o tempo de espera para entrar na instituição varia entre seis meses a um ano.
Na Santa Casa da Misericórdia de Bragança, a lista de espera é de 172 pessoas para os três lares. A capacidade da instituição é de 180 utentes, mas visto que dois dos lares estão em obras há um ano, há agora 130 camas de ocupação.
O provedor da instituição Eleutério Alves não concretiza quanto tempo é que as pessoas podem ter de esperar para ter uma vaga, mas acredita que os idosos em lista de espera estarão também inscritos noutras instituições.
“Presumo que destes 172 que estão com interesse em vir para a Misericórdia, provavelmente também fizeram essa manifestação noutras instituições, na perspectiva de saber qual delas vai ter uma vaga mais rápido. Não significa que estas 172 pessoas em casa ou a necessitar de cuidados”, disse.
No Centro Social dos Mogos em Carrazeda de Ansiães a dimensão é menor, mas a situação é semelhante. A directora técnica Alexandra Rodrigues explicou que têm 24 utentes na ERPI e 48 pessoas em lista de espera, mas a dimensão já foi maior.
“Já tivemos muitas mais. No meu ponto de vista há dois factores, um relativamente a comparticipação que se paga na instituição, há pessoas que em vez de deixar os seus familiares a cargo da instituição, preferem estar com eles em casa por questões económicas, e depois há uma procura mas quando há essa vaga e quando lhe ligamos a dizer que temos lugar, quando a urgência é grande, dizem que já se desenrascaram”, explicou.
Já Carlos Pousado, provedor da Santa Casa da Misericórdia de Alfândega da Fé, que tem 67 utentes em lar e nenhuma vaga disponível, referiu que a lista de espera não é muito extensa e que não há casos urgentes.
“Uma das inscrições está em Lisboa com familiares outra está em França com familiares, resumindo não temos nenhuma situação eu seja de resposta urgente, por isso, vamos dando resposta com serviço domiciliário e depois ir ajustando às necessidades, nomeadamente com cantinas sociais, no programa de apoio a pessoas mais carenciadas”, acrescentou.
Na SCM Vila Flor, que tem seis lares, três na sede de concelho e os restantes em meio rural, existem 200 vagas e a lista de espera, com actualmente cerca de 20 pessoas, está, segundo o provedor Quintino Gonçalves, “controlada”, demorando entre 1 a 3 meses até se conseguir lugar. O responsável acredita que uma forma de ultrapassar o problema das listas de espera é apostar mais no apoio domiciliário.
“Eu acho que as pessoas podendo e dando-lhe condições acho que se devem manter nas suas casas até não poderem mais. Evidente que percebemos que, hoje em dia, o envelhecimento é muito mais longo e acho que a solução passará pelo apoio às famílias”, salientou.
A Misericórdia de Vila Flor tem actualmente 125 utentes em apoio domiciliário.
No distrito há 105 Estruturas Residenciais Para Pessoas Idosas (ERPI), com 3465 vagas. Segundo os Censos de 2021, 34% da população d distrito de Bragança tem mais de 65 anos, o que está 10% acima da média nacional, ou seja, dos quase 123 mil habitantes, cerca de 42 mil são idosos.
Escrito por Brigantia