Qua, 10/11/2010 - 11:26
Facto que leva a Associação de Olivicultores de Trás-os-Montes e Alto Douro (AOTAD) a tecer algumas critica ao governo pela falta de visão estratégica para com um sector que tem capacidade para promover Portugal com um produto de excelência.
Em primeiro lugar, António Branco, presidente da AOTAD, lamenta que não exista em Portugal uma Inter Profissional do Azeite, que até já foi constituída.
Não nos adianta ter grandes prémios se não conseguirmos traduzir isso em verdadeira mais-valia para a fileira, como melhores preços, melhores vendas. Sobretudo vendas em mercados em que os preços são os que nos agradam. É nesse sentido que exigimos um conjunto de coisas, como a interprofissional do azeite, que foi constituída mas que ninguém sabe onde anda. Não temos uma entidade que represente só a fileira.”
António Branco sublinha ainda que está em vigor a lei que obriga os restaurantes a repor os galheteiros após cada utilização, e lamenta que ainda não estejam publicadas e regulamentadas as alterações que determinam a indicação do país de origem nos rótulos de azeite.
Mas António Branco também não percebe porque a denominação “azeite” ainda seja a designação comercial de azeite refinado misturado com azeite virgem extra.
“Azeite, em termos comerciais, significa uma mistura de azeite virgem extra com azeite refinado. Não é o azeite puro. Um consumidor, quando se dirige a um comercia, vê na garrafa azeite, pensa que está a comprar azeite puro mas é uma mistura. Isto é enganar o consumidor.”
Apesar da falta de apoio institucional, a AOTAD não baixa os braços e tem já um novo projecto na manga.
“Estamos a pensar criar um projecto, a que chamaremos Produtos de Qualidade de Trás-os-Montes, para tentar que os DOP da região, os vinhos, azeite, queijos, enfim, tentar garantir uma promoção conjunta.”
O presidente da AOTAD lamenta ainda que Portugal seja o único país produtor de azeite da Europa que não participa institucionalmente em certames como a SlowFood de Turim, ao contrário de Espanha ou Itália.
Reforçando o pedido de apoio governamental pela AOTAD estão mais três prémios internacionais para o Azeite de Trás-os-Montes ganhos a semana passada. O Azeite Porca de Murça conseguiu, uma vez mais, ser distinguido como um dos melhores azeites do mundo, em Los Angeles. O Azeite de Trás-os-Montes João das Barbas classificou-se no segundo lugar da Categoria Virgem Extra DOP em Xangai, e o azeite português com melhor pontuação do Guia FLOS OLEI 2011, foi o Azeite de Trás-os-Montes DOP - Romeu da Sociedade Clemente Menéres com 92 pontos.
Escrito por CIR