Sex, 24/10/2025 - 10:15
Estão hoje em greve os trabalhadores da função pública. A mobilização tem como objetivo reivindicar melhores condições laborais e aumentos salariais. Segundo João Rodrigues, coordenador distrital do Sindicato dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais do Norte, esta paralisação pretende pressionar o Governo a reunir e a assumir compromissos concretos com os trabalhadores. “O Governo sentou-se para negociações para combater o empobrecimento e melhorar as condições de trabalho e não só. Mas começou as negociações a afirmar que não mexe uma vírgula no que se encontra em vigor relativamente a salários e melhoria de direitos. A nossa intenção é que sejamos ouvidos e que o governo, de uma vez por todas, que haja compromissos. O que não tem acontecido até agora”, explicou.
Vigilantes da natureza, guardas florestais, assistentes técnicos e técnicos superiores estão entre as carreiras mais afetadas, onde a progressão é praticamente inexistente e o início de carreira pouco atrativo. Esta é também uma das razões que levou muitos destes trabalhadores a aderirem à greve. “Um dos motivos pelos quais partimos para a luta é também a revisão de determinadas carreiras. Portanto, e até à data foram revistas algumas, como PSP, GNR, Polícia Judiciária, e pouco mais. Portanto, carreiras especiais ou específicas não foram revistas e não tiveram melhoramentos nas remunerações. Quer dizer, jovens estão a entrar para essas carreiras a ganhar o salário mínimo nacional. Não pode ser”, frisou.
João Rodrigues destaca ainda que muitos desempregados trabalham na administração pública com condições precárias sob contratos que dão pouca estabilidade aos trabalhadores mas que “são mais baratos” para o empregador. “São milhares de desempregados a trabalhar na administração pública, com os contratos de emprego e inserção, que são uma treta. Chegam ao fim do ano e vão embora, continuam a receber, durante esse contrato, o subsídio de desemprego, que é um peso terrível nas finanças públicas, mas que fica mais barato a qualquer entidade que utilize um trabalhador deste tipo. Isso tem que acabar, têm que abrir concursos para vagas reais e ocupar os lugares e os postos de trabalho devidamente”, disse.
O coordenador distrital do sindicato acredita que o Governo ainda “vai dar luta” e afirma que não estando “em tempo eleitoral”, do Governo não esperam “nada”. Ainda assim, acredita que têm de reivindicar para que exista mudança.
Segundo o sindicato, o objetivo é que o Governo ouça os trabalhadores e avance com compromissos reais, sejam acordos faseados ou medidas imediatas, que melhorem as condições na função pública.
A Rádio Brigantia conseguiu apurar que, em Bragança, estão a funcionar normalmente as escolas Paulo Quintela, Abade Baçal e Miguel Torga, ainda que esta última não tenha condições para assegurar os serviços da cantina. Estão, para já, fechadas o Centro Escolar da Sé e a Escola Secundário Emídio Garcia por falta de funcionários não docentes.
Escrito por Brigantia.
Foto: SFP




