“É urgente usar a água do Lagos do Sabor para Regadio” defende um produtor de azeite da região transmontana

PUB.

Sex, 24/10/2025 - 12:04


Artur Aragão é produtor de azeite em Alfandega da Fé e defende a importância e a urgência de usar os Lagos do Sabor para regadio.

Segundo o produtor esta pode ser uma solução para uma agricultura sustentável e economicamente rentável, nos quatro concelhos que banham esta albufeira, Alfandega da Fé, Macedo de cavaleiros, Torre de Moncorvo e Mogadouro. “Eu acho que é muito mal termos o segundo espelho de água maior do país, só perde para o Alqueva, e essa água não possa ser aproveitada para o desenvolvimento agrícola e económico da nossa região. Se não fosse o Alqueva, o Alentejo estava completamente desertificado. E nós, se queremos combater a desertificação na nossa região, temos que ter uma agricultura sustentável e economicamente rentável. Os lagos de sabor podem produzir energia, podem ser muito bons em termos de turismo, mas também têm que ser bons em termos agrícolas”, vincou.

A análise aos últimos 30 anos demonstra uma perda de 55.193 pessoas em Trás-os-Montes, com um decréscimo de 153.826 para 98.633 habitantes, que foi particularmente pronunciado na última década, quando a região perdeu 45.297 residentes, uma diminuição de 31,3% face a 2011.

E para isso ainda destaca outro fator que é a idade média de um agricultor é de 60/65 anos. Temos pouquíssimos jovens a fazer agricultura, temos muitos no papel e o regadio é fundamental. Sem água não há vida, sem vida não há agricultura, sem agricultura não há gente e sem gente está tudo abandonado.”

Em 2017, o então autarca de Torre de Moncorvo, Nuno Gonçalves, insistia na necessidade de os produtores poderem usar a água da barragem do Baixo Sabor para regadio, no momento que faltava ainda a Agência Portuguesa do Ambiente (APA) proceder ao ordenamento da albufeira. A APA por sua vez começou em 2017, começou a elaboração deste plano. Este ano, de acordo com o Despacho n.º 5677/2025, de 20 de maio, prorrogou o prazo de elaboração por um período de 15 meses.

Também os agricultores têm reclamado o uso da água para regadio, até com a ajuda da Confederação Nacional das Cooperativas Agrícolas e do Crédito Agrícola de Portugal (a CONFAGRI), que iria beneficiar cerca de 17 mil hectares de culturas.

Escrito por Rádio OndaLivre