Ter, 20/05/2025 - 08:53
Uma menina de 14 anos foi agredida no Parque da Cidade, em Macedo de Cavaleiros, por um grupo de quatro jovens, enquanto outros cinco filmaram a agressão.
O episódio aconteceu na passada quinta-feira, dia 15 de maio, pelas 14h30, quando uma das agressoras convidou Lara Rodrigues, para um encontro para conversarem, visto as duas terem tido desentendimentos fúteis, segundo a vítima. Foi quando chegou ao local que o pesadelo começou.
“Quando chegamos ao Parque da Cidade, eu descobri que estavam lá as outras três meninas que eu tinha chatices e mais cinco rapazes, que foram os que gravaram a situação toda com vários telemóveis. Comecei por tentar conversar com ela, o que não resultou porque na minha primeira palavra levei logo um murro na cara, o que partiu os meus óculos. Depois as agressões continuaram, elas deitaram-me ao chão, deram-me pontapés, puxaram o meu cabelo…”, conta Lara Rodrigues.
A vítima esclarece que a situação foi repentina. “Não havia ameaças nem nada, elas só estavam lá no Parque da Cidade, à minha espera, eu não sabia”, recorda a jovem.
Depois da agressão, a vítima dirigiu-se à GNR através do apoio de amigas. Foi através de uma chamada telefónica que a mãe de Lara Rodrigues soube da notícia.
Raíssa Neves, a mãe da menor agredida, questiona agora o que vai ser feito, já que a agressão aconteceu fora do recinto escolar, e todos os jovens envolvidos frequentam a mesma escola. “Qual é a postura da GNR ou da CPCJ, dos órgãos que são responsáveis por isso? Fui até à escola, depois de prestar queixa na GNR. A escola diz que não é responsável por nada, pois aconteceu fora da escola. Mas todas são alunas da escola. A minha filha vai ser ameaçada dentro da escola? Porque as meninas ameaçaram-na, falaram que não era pra ela falar nada para ninguém e nem dar queixa. Porque senão elas voltariam a bater nela novamente. De qualquer forma, a escola não se responsabiliza por nada, a não ser que aconteça dentro do recinto. Então quer dizer, eles vão esperar acontecer novamente dentro da escola pra poder tomar uma atitude?”, questiona a mãe.
Para já, nada poderá ser feito, já que as agressoras têm idades entre os 15 e 17 anos. “Na GNR disseram-me que não havia nada a fazer. Eles [GNR] já foram até a escola, conversaram com as meninas. Eu vi, inclusive, porque eu fui até a escola logo depois da GNR. Disseram-me para aguardar, que vai para o Tribunal, que é quem decide”.
Raíssa Neves adianta que a GNR deu um documento à menor de idade para fazer exames no dia 21 de maio. “Quer dizer, até o dia 21, não vai ter mais nenhum tipo de hematoma no corpo da minha filha. E aí, como é que eu provo alguma coisa?”, aponta.
A menor de 14 anos ficou com dores na cabeça e peito, com dificuldade para respirar. Apresenta hematomas no olho esquerdo, no peito e junto à anca. Por esse motivo, Raíssa Neves, decidiu levar a filha ao hospital.
A mãe pede que justiça seja feita, com receio que o mesmo comportamento possa ser praticado noutros alunos. “Agora eu quero que seja feito alguma coisa, porque a minha filha foi uma delas, elas já fizeram isso com outras crianças, com outras meninas. Quero saber até que ponto vão ficar aguardando e não vai acontecer nada e elas vão continuar a agredir? Até à hora que acontecer uma tragédia?”, questiona.
Uma das amigas de Lara Rodrigues, que não quis revelar o nome, de 12 anos, também foi ameaçada na semana passada por uma das agressoras, o que acaba por criar um sentimento de insegurança na própria escola. “A que me ameaçou é normal, mas as outras que lhe bateram olham muito de lado e eu não gosto muito de passar por elas, porque elas ficam-me a olhar com umas caras…”, explica, a jovem acrescentando que não gosto de se cruzar com as jovens, porque “não é termo delas, é por expressões que elas fazem e tudo, e por já terem batido a uma colega, uma das minhas melhores amigas”.
Questionada se sente receio que o mesmo lhe possa acontecer diz que sim, pelo simples facto de conviver com Lara Rodrigues, a jovem agredida na passada quinta-feira.
O medo está instalado entre as jovens, com receio que possam vir a ser as próximas vítimas.
Quanto aos vídeos da agressão, que cinco jovens filmaram, Lara Rodrigues diz que não sabe se já foram divulgados ou não.
Escrito por Rádio ONDA LIVRE (CIR)