Medidas de austeridade são contributo para agravamento de situações de pobreza

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Qui, 08/07/2010 - 09:53


A democracia na Europa pode estar em causa por causa da injustiça social que está a agravar situações de pobreza. A opinião é do presidente da REAPN-Portugal, a Rede Europeia Anti-Pobreza.  

O padre Jardim Moreira esteve ontem à noite numa conferência organizada pelo Centro Social e Paroquial do Santo Condestável, em Bragança, e manifestou-se preocupado com as políticas europeias de luta contra este problema social, pois segundo ele, em vez de a resolveram geram ainda mais pobreza.

“No estado actual, a Europa produz um milhão de pobres por ano e se assim é quer dizer que o sistema é perverso” refere, acrescentando que “não é verdade que os políticos queiram lutar contra a pobreza porque eles geram pobreza mais que ninguém e para os manter calados e controlados dão-lhe umas migalhas”. “Isto não é solução porque não é justa e não tem em conta a igual dignidade das pessoas” salienta. “A democracia pode assim estar em causa porque fala-se de direitos iguais para todos, mas na prática não são” considera.

 

Jardim Moreira entende ainda que as medidas de austeridade que estão a ser implementadas por vários Estados só vão contribuir para agravar ainda mais o problema.

“Isto é uma ironia estar a decretar um ano europeu contra a pobreza e termos um ano terrivelmente cheio de normas e pacotes que vão ferir os mais débeis e criar mais desemprego” refere. “Esta luta é mais necessária agora do que nunca porque os pobres, excluídos e desempregados, aumentaram substancialmente com a crise” avança.

 

Relativamente ao distrito, o presidente da REAPN considera que Bragança não é das regiões mais problemáticas do país em matéria de pobreza.

“Neste momento não me parece que a situação de Bragança seja mais grave que as outras” considera, acrescentando que “a pobreza envergonhada é o que mais se nota em Bragança, nomeadamente por causa daqueles que caíram no desemprego e tinham um estatuto de vida que agora não podem manter por falta de receitas”.

 

Para este responsável, a aposta na formação e a criação de postos de trabalho são os caminhos a seguir para ultrapassar este problema social.

Escrito por Brigantia