Ter, 20/05/2025 - 09:20
A escrita e a gastronomia vão andar de mãos dadas, entre quarta-feira e a sábado. O Festival Literário de Bragança está de regresso. Este ano, o objetivo é discutir e mostrar como a literatura pode ser determinante na preservação da gastronomia, destaca a vice-presidente do município, Fernanda Silva. “Demonstrarmos como é que a literatura preserva, de facto, este património gastronómico e também como é que a própria gastronomia pode enriquecer a escrita e desenvolver esta competência das gerações mais jovens. Só através da escrita é que é possível nós preservarmos a memória coletiva e as tradições do nosso território”, sublinha.
Esta edição pretende criar o “casamento perfeito” entre escritores e chefes de cozinha da região, como António de Rosário, Óscar Geadas, mas também Elisabete Ferreira. “Neste contacto também com os próprios escritores, esta provocação mútua e esta discussão de que forma é que a literatura pode, de facto, preservar e também inovar a própria gastronomia temos o chefe António do Rosário, que é formador no Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP), o Óscar Geadas também vai estar presente e a Elisabete Ferreira, a melhor padeira do mundo, para falar conjuntamente com a dona Ana, do Solar Bragançano, cruzando aqui uma viagem por um livro do professor Fernando Calado, que são as Tabernas Transmontanas”, salienta.
Como é habitual, o festival vai levar escritores às escolas, estabelecimentos prisionais e aldeias. Mas este ano, pela primeira vez, também vai chegar aos restaurantes da cidade de Bragança, onde vai ser declamada poesia durante o almoço e jantar. “Levá-los a ativar aquilo que é a memória de longo prazo, da sua infância e do ambiente familiar. Levá-los a que descubram esta importância das conversas e as relações afetivas se vão criando em torno de uma mesa”, frisa.
Nesta nona edição, o papel das mulheres na cozinha também será destacado através de uma exposição de Virgílio Gomes, no Centro Cultural Adriano Moreira. Vai contar ainda com a presença de João Gobern, Fernando Alvim e Mário Augusto. O evento termina com a apresentação de uma nova coletânea da Academia de Letras de Trás-os-Montes.