Aluna em cadeira de rodas continua sem elevador em escola com ano e meio

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Qui, 04/06/2009 - 09:57


Continua por resolver o problema das acessibilidades no centro escolar de Vimioso. Uma situação já denunciada pelos colegas em Maio, no âmbito do projecto Escola Alerta, que em 2008 elegeu o trabalho dos alunos de Vimioso sobre acessibilidades como o melhor do país.    

Em causa está a situação de uma aluna do quarto ano, que se move em cadeira de rodas mas não consegue ir além do rés-do-chão, num edifício construído há dois anos e que custou cerca de 400 mil euros. No âmbito do projecto, os alunos experimentaram “todas as deficiências”, segundo Pedro Mendes, como “andar nas cadeiras de rodas” e constataram “que é difícil”. Por isso, Bárbara Martins, Rafael Alves e Pedro Mendes dizem que a colega precisa “de uma rampa ou de um elevador” para se deslocar na escola.

A câmara municipal recusa responsabilidades e aponta o dedo à Direcção Regional de Educação do Norte. O vice-presidente António Martins acusa mesmo a DREN de ter mandado retirar o elevador do projecto de construção do novo centro escolar, mesmo ao lado da EB 2/3, que há muito precisa de obras.“O edifício que tem dois anos, no projecto inicial contemplava um elevador. A equipa de técnicos de DREN, em reunião com o arquitecto, disseram-lhe para tirar o elevador, comprometendo-se a colocá-lo na actual EB 2/3, mesmo ao lado e mais central.” Mas até hoje “não está feito”, diz, sublinhando que a autarquia “não tem qualquer responsabilidade” e que “há quatro anos que as obras estão prometidas”. 

Depois de tantos pedidos, Manuel Oliveira, o director regional adjunto da DREN, garante que o caso será resolvido imediatamente.“É uma questão que podia ter sido e não foi, aquando da construção do novo bloco do Ensino Básico mas que se vai resolver rapidamente. Ainda hoje serão dadas indicações nesse sentido”, garante Manuel Oliveira.

O responsável da DREN diz que “quando foi feito o projecto de construção não havia tanta sensibilidade para esta questão”, apesar de o edifício ter apenas “um ano, ano e meio”. Manuel Oliveira recusa ainda um inquérito para apurar responsabilidades na falha do projecto: “o importante é resolver o problema e ele será resolvido” antes do “arranque do próximo ano lectivo”.

 Idália Moniz, secretária de Estado adjunta da Reabilitação, que esteve em Vimioso a entregar os prémios aos vencedores deste ano do concurso Escola Alerta, gostou do poder de intervenção das crianças. “É nesta fase que têm uma maior capacidade de poder mobilizar os adultos”, sublinhando a “capacidade destas crianças irem ter com os autarcas chamar a atenção para a questão das barreiras arquitectónica as transforma “em agentes de mudança, que tem de se concretizar”.

Uma escola do ensino básico da Lixa e uma EB 2/3 de Fânzeres, em Gondomar, foram as vencedoras do concurso Escola Alerta deste ano, sucedendo a Vimioso.  

 Escrito por Brigantia