“Os números não podem estar acima das pessoas”: PSD critica atualização das tarifas da água

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Dom, 30/11/2025 - 11:12


Declarações de Ana Soares, vereadora eleita pelo PSD, sobre a alteração das tarifas de água, em Bragança, aprovada na última reunião de Câmara

Os vereadores da oposição do município de Bragança consideram o aumento das tarifas da fatura da água, aprovado na última reunião de Câmara, errado e que o executivo está a “falhar naquilo que é prestação do serviço público”.

O executivo da Câmara Municipal de Bragança determinou, em reunião de Câmara, na passada sexta-feira, que vai aumentar as tarifas da fatura da água, no próximo ano, devido aos avisos da entidade reguladora e aos prejuízos dos anteriores executivos. A oposição tece duras críticas.

“Nós entendemos que a gestão da água não pode ser feita como se de um negócio se tratasse, até porque estamos a falar de um serviço público essencial e há decisões que, mesmo que tentem mascará-las de técnicas, são políticas. É importante sublinhar que não há nenhuma lei que obrigue a este aumento, nem nenhum parecer vinculativo ou obrigatório”, salientou Ana Soares, vereadora eleita pelo PSD.

A oposição acredita que esta é uma “opção política do atual executivo” e que “não é uma exigência legal ou técnica”. Para a oposição “modelos de gestão que colocam os números acima das pessoas estão sempre errados e falham naquilo que é prestação do serviço público”, rematou.

Sobre as declarações, prestadas à rádio Brigantia, onde a autarca Isabel Ferreira, questionou se a vereação pretendia continuar a ignorar este assunto, Ana Soares responde que “não é ignorar, o que está aqui em causa é uma visão estratégica diferente e uma opção política. Para nós as pessoas estão sempre em primeiro lugar”.

A vereadora reforçou que se trata de uma decisão política. “Foi efetivamente uma prática diferente que os executivos anteriores fizeram, portanto é possível. Neste caso é importante sublinharmos que esta é uma decisão política do atual executivo e ainda mais se reparar nas declarações prestadas pela senhora presidente da Câmara, diz que os aumentos serão graduais, portanto este é o primeiro aumento, outros lhe sucederão. E repito, não há nada que o obrigue a este mesmo aumento, neste momento”, concluiu.

Recorde-se que segundo o município, anunciou esta sexta-feira, ao longo dos últimos mandatos autárquicos, o sistema acumulou sucessivos prejuízos, resultado de decisões que ignoraram as recomendações da ERSAR – Entidade Reguladora dos Serviços de Águas e Resíduos. Esta opção representou uma gestão de risco que hoje tem consequências diretas na estabilidade financeira do serviço e no custo para o consumidor final, e que se vem “acentuando e acumulando” um prejuízo que ultrapassa os 730 mil euros. A presidente do município, Isabel Ferreira, esclareceu, em declarações à rádio Brigantia, que “há decisões que são difíceis, mas têm de ser tomadas. E são tomadas precisamente para proteger as famílias e as empresas locais. Não é um aumento, é uma correção”, sublinhou.

Isabel Ferreira deu como exemplo uma família que pague uma fatura de água que, atualmente, custe 25 euros, passará a custar 25,72 euros.

A alteração não irá abranger o caso das famílias carenciadas e no caso das medidas de proteção social.

Escrito por rádio Brigantia

Jornalista: 
Rita Teixeira