Clube Atlético de Macedo de Cavaleiros tem dívida de 37 mil euros e vai a eleições em dezembro

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Dom, 30/11/2025 - 11:02


As listas para a presidência do clube podem ser entregues até ao dia 12 de dezembro, mas há regras

O Clube Atlético de Macedo de Cavaleiros vai a eleições no próximo dia 19 de dezembro, com as listas a terem de ser entregues até ao dia 12. Foram as datas avançadas na última assembleia geral, que decorreu na passada sexta-feira, onde foi também divulgado que o clube enfrenta uma dívida de 37 mil euros.

Depois das denúncias de falta de transparência e apropriação de fundos em benefício próprio do antigo presidente do Clube Atlético de Macedo de Cavaleiros, Diogo Costa, que acabou por se demitir do cargo, o clube foi obrigado a criar uma comissão administrativa para o gerir, composta por seis elementos.

O objetivo foi para que esta comissão fizesse um levantamento de dívidas, faturas e documentação que estavam em falta. O valor foi apurado no dia 28 de novembro, através da apresentação de um relatório da comissão, e sabe-se agora que enfrenta uma dívida de 37 mil euros.

“Este valor terá que ser, como é óbvio, pago e terá que ser abatido da melhor forma possível. Agora temos três semanas até o dia das eleições, haverá com certeza uma nova direção e depois essa direção terá que tentar gerir as coisas da melhor forma”, referiu Rui Figueiredo, presidente da assembleia geral.

As dívidas são, sobretudo, a fornecedores de equipamentos, de stock para o bar e de despesas relacionadas com os jogadores. “Há uma panóplia de diferentes faturas, todas essas fazem os 37 mil euros e, de referir, que estão ainda alguns salários por pagar”, revelou.

Rui Figueiredo adianta que tinha conhecimento de algumas das dívidas. “De algumas tínhamos, sim. E, por exemplo, posso dizer-lhe que até ao dia da assembleia estava um valor atribuído e, entretanto, um dia antes apareceu uma outra fatura, que a comissão administrativa teve conhecimento, superior a 300 euros relativos à Segurança Social. Portanto, não sabemos se amanhã eventualmente poderá aparecer outra”, rematou.

As listas para a presidência do clube podem ser entregues até ao dia 12 de dezembro, mas há regras. “Para que sejam feitas da forma mais clara possível todos os sócios novos que possam eventualmente aparecer após a assembleia, portanto, um sócio que se faça de novo hoje, não terá direito ao voto no dia 19. Quem já era sócio até o dia anterior, com as quotas atualizadas, poderá exercer o seu voto no dia 19. Para evitarmos situações anormais”, explicou.

Após as eleições e havendo uma lista vencedora, a nova direção e a comissão administrativa que está neste momento a gerir o clube, terão uma reunião e entrarão em acordo para definirem uma data para começarem as suas funções.

Sobre todos os factos terem sido denunciados ao Ministério Público, através de uma queixa-crime e a Polícia Judiciária estar a investigar o caso, Rui Figueiredo adianta que foi um tema “pouco falado” nesta assembleia. “Mantém-se na mesma essa situação, sabendo-se que realmente houve uma queixa-crime apresentada. No entanto, não consigo nem sei adiantar mais informações, não sei minimamente em que estado se encontra, se a pessoa já foi notificada, se não foi, se já foi apresentada a tribunal, se não foi, isso eu não lhe sei responder”, concluiu.

Recorde-se que a polémica veio a público, a 27 de outubro, quando um sócio e um elemento dos órgãos sociais da direção do Clube Atlético de Macedo de Cavaleiros acusaram o presidente, Diogo Costa, de falta de transparência, ocultação de dívidas, adulteração de relatórios de contas, gestão danosa e apropriação indevida de dinheiro do clube em benefício próprio. Entre as acusações, estava também a realização de negócios diretos com familiares e ainda alegado auxílio à imigração ilegal, através do recrutamento de atletas estrangeiros.

Na altura, Luís Mila, secretário da direção, contou que, devido ao clima de desconfiança já instalado, foram verificados extratos bancários que revelaram transferências para a conta pessoal do presidente do clube e que existia um buraco financeiro superior a 20 mil euros.

Escrito por Rádio Brigantia

Jornalista: 
Rita Teixeira