Seg, 24/11/2025 - 08:27
O Instituto Português do Mar e da Atmosfera diz que o território nacional está, há quase uma semana, a ser influenciado por "um fluxo de norte e massa de ar frio", que provoca "valores baixos da temperatura do ar, inferiores aos normais para a época do ano".
Depois da tempestade Cláudia, chega a necessidade de reforçar a roupa quente, com o outono a ganhar contornos de inverno.
A Alemanha já acordou este outono com um cenário pouco comum da estação, neve a cair em várias regiões, mesmo a altitudes de apenas 700 metros. As temperaturas desceram para perto de zero, levantando, entre meteorologistas, a questão de que este é o prenúncio de um inverno muito mais rigoroso na Europa.
Segundo especialistas da Meteored, a antecipação da neve pode indicar que o vórtice polar está mais fraco do que o habitual. Quando isso acontece, o ar gelado desce com mais facilidade sobre a Europa Central, onde também a cobertura de neve está a crescer mais depressa, funcionando como um espelho térmico que intensifica o frio.
Em Portugal, apesar de o país estar mais protegido pela influência Atlântica, espera-se um inverno mais frio, aumentando a probabilidade de episódios pontuais de frio intenso. Terras altas como Trás-os-Montes ou Serra da Estrela poderão registar mais geadas e até neve a cotas médias se massas de ar polar chegarem à Península Ibérica.
Para a maioria do território continental, o risco de um inverno longo e extremo é menor, mas não nulo. Setores como agricultura devem manter atenção, sobretudo se as próximas semanas confirmarem esta tendência. Para já, ainda é cedo para se falar no inverno “do século”. Contudo, os sinais atmosféricos sugerem que este poderá ser mais frio do que o habitual.
Por estes dias, as regiões mais afetadas pelo frio intenso serão o interior Norte e Centro, onde se esperam geadas generalizadas e mínimas negativas.
Apesar da intensidade do episódio, não se trata de uma vaga de frio, que climatologicamente só se verifica após seis dias consecutivos com temperaturas cinco graus abaixo da média.
Para que se confirme um inverno verdadeiramente marcante será necessário que vários fatores coincidam, o enfraquecimento contínuo do vórtice polar, a persistência da neve, bloqueios nas circulações atlânticas e humidade suficiente para gerar precipitação em forma de neve.
Escrito por Brigantia
