Presidente da Câmara de Carrazeda de Ansiães aponta verão de 2026 para abertura das Termas das Caldas de São Lourenço

PUB.

Qua, 10/09/2025 - 10:26


No debate promovido pela Rádio Brigantia e pelo Jornal Nordeste, João Gonçalves, destacou a construção da barragem da Veiga e o reforço da área empresarial como prioridades para o futuro de Carrazeda de Ansiães

As Termas das Caldas de São Lourenço, que marcaram as campanhas eleitorais desde fins dos anos 70, devem abrir portas no verão do próximo ano. Ontem à noite, o único candidato à câmara de Carrazeda de Ansiães que marcou presença no debate promovido pela Rádio Brigantia e pelo Jornal Nordeste, no âmbito das autárquicas, João Gonçalves, do PSD, e presidente do município, assumiu, que o projeto, muito aguardado, será transformador para o concelho e anseia que 2026 seja o grande ano das termas. “Estamos numa fase já de empreitada. O que prevemos é que ela possa ocorrer no início do próximo ano, a finalização da empreitada. Depois disso, iremos com certeza tratar dos licenciamentos necessários junto das diversas autoridades, nomeadamente a Autoridade de Saúde. Gostaria muito que no verão de 2026 pudesse abrir portas”, referiu.

A agricultura, o potencial da maçã, do vinho e do azeite, foi outro dos temas em destaque nesta entrevista. Empresas de transformação para os produtos do concelho seriam a grande solução para acabar com o trabalho sazonal, que muitas pessoas ali procuram, como sendo na apanha da maçã. O candidato assumiu que essa é uma preocupação da câmara e continuará a ser, caso seja eleito, mas não é possível fazer muito mais do que aquilo que já se fez, a expansão da área empresarial. “Desejaríamos sempre que as empresas a instalar incorporassem não só a necessidade da mão de obra, é importante para a fixação de pessoas, nomeadamente jovens, que pudessem de alguma forma transformar esses produtos e que pudéssemos introduzir a mais-valia da transformação e que também em Carrazeda pudesse ficar essa mais-valia. Infelizmente isso é um processo que nós não conseguimos gerir. Há algumas empresas com conceitos muito interessantes e que estão a instalar no nosso parque empresarial. Começa-se a ver os primeiros passos no sentido da edificação desses pavilhões. Este é um processo que demora sempre algum tempo”, explicou.

No ano passado, o ministro da Agricultura assegurou que iria haver apoio para a construção da barragem da Veiga. Os estudos técnicos e o RECAPE já foram submetidos. João Gonçalves destacou que este é um projeto estruturante, que vai beneficiar uma área agrícola de cerca de 700 hectares. “Esperamos a análise de segurança do projeto de execução da barragem por parte da Agência Portuguesa do Ambiente e de depois se debruçar sobre o RECAPE que submetemos para depois podermos sim avançar em concreto para a execução desta intenção tão importante e que está também sinalizada no grande estudo que este governo apresentou já que junta as necessidades que o país tem em água para as diferentes necessidades, não só de regadio, mas de abastecimento público também”, disse.

Em termos de acessibilidades, no que toca a trabalhos de requalificação de estradas municipais… Há muitos mais projetos realizados e pensados, mas o atual presidente da câmara lamenta que sejam as autarquias a suportar a totalidade dos custos das empreitadas. “Já vamos para o segundo quadro comunitário onde esse tipo de investimentos não é elegível de financiamento comunitário. Qualquer manutenção, qualquer beneficiação de estradas municipais tem que ser feita exclusivamente à custa dos orçamentos municipais e são sempre intervenções muito onerosas. Temos feito um esforço nesse sentido nos últimos três anos. Só em estradas municipais gastamos cerca de 2,5 milhões de euros só do orçamento municipal e os nossos orçamentos municipais não são muito voltados”, rematou.

Entre 2011 e 2021, o concelho perdeu quase 14% da população. O atual presidente assumiu que o problema demográfico penaliza “muito” o concelho e reconhece que deveria haver um pacto entre os grandes partidos portugueses para que houvesse a “coragem” de canalizar, para estes territórios, investimento público que desse sinal aos investidores privados de que vale a pena aqui investir.

João Lima, candidato do PS, não marcou presença neste debate por motivos de saúde. Paulo Matos, candidato do Chega, e Dulcineia Pinto, da CDU, não puderam estar presentes por motivos profissionais.

O próximo debate acontece hoje e é entre os candidatos à câmara de Alfândega da Fé.

Escrito por Brigantia. 

Jornalista: 
Carina Alves