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Vereadores da oposição abandonam reunião municipal de Vila Flor

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Qua, 09/10/2019 - 11:13


Os vereadores do PSD de Vila Flor abandonaram a penúltima reunião de câmara alegando que foi usado um tom inapropriado pelo presidente, ao lhe serem colocadas algumas questões. 

Os vereadores queixam-se que a acta da reunião em causa não traduz a verdade do que terá acontecido e que a situação se tem repetido. Foi entregue, na última reunião de câmara do município de Vila Flor, um documento, pela parte de Pedro Lima e Ana Ramos, vereadores do PSD, para justificar a tomada de posição que tiveram na reunião anterior a esta. Os vereadores terão deixado a reunião porque, segundo Pedro Lima, a conduta do presidente da câmara, Fernando Barros, não foi a mais correcta, quando questionado sobre alguns assuntos, que estariam na ordem de trabalhos. O vereador, que diz que em causa está um tom agressivo e intimidatório.

A junta de freguesia de Vila Flor, que este mandato o PSD conquistou, decidiu aceitar a transferência de competências, na totalidade, e reportou-o por escrito ao executivo, que não lhe chegou a responder. Segundo o vereador, quando Fernando Barros foi questionado sobre isto terá começado a reagir de forma mais agressiva. A situação terá ficado pior depois de se colocar outra questão: Pedro Lima diz que se tentou perceber por que motivo uma empresa, a quem estava a ser adjudicado um serviço, por ajuste directo, estava a ser publicitada no site da câmara. O vereador acredita que Fernando Barros viu estas questões como acusações.

“Chegou ao ponto de começar a bater na mesa, repetidamente, transbordou o bom senso, ao ponto de o senhor presidente me dizer ‘você incomoda-me, vocês estão aqui de má fé’”, afirmou o vereador da oposição. “A nossa tomada de posição foi somente essa, o senhor presidente é que extrapolou as nossas palavras para uma acusação, como de resto é seu apanágio”, sublinhou.

Pedro Lima confirma ainda que esta não foi a primeira vez que a reacção a pedidos de esclarecimento foi desadequada.

O vereador admite que o que tem acontecido, que descreve como intimidação, não o fará voltar costas ao cargo que assumiu.

“Quando fui convidado para encabeçar este projecto, não foi para atirar com a toalha ou desistir, nem à primeira, nem à segunda, nem à última dificuldade”, explicou o vereador

Segundo o que se pode ler no documento entregue na última reunião de câmara, os vereadores da oposição sublinham que algumas actas não espelham o ambiente vivido nas reuniões, como dizem ser o caso da referente à reunião que abandonaram. Entretanto, no texto da acta da penúltima reunião pode ler-se, que o presidente do município declarou que “nunca houve falta de respeito, agressividade ou outro sentimento intimidatório”.

Quando contactado, o presidente da câmara de Vila Flor, Fernando Barros, não quis prestar declarações sobre o sucedido, apenas afirmou que não quer alimentar este assunto.

Jornalista: 
Carina Alves