Ter, 13/07/2010 - 13:33
José Silvano diz que representa as populações e, por isso, tem direito de defender os seus cidadãos e a saúde no seu concelho.
Mas também confessa não entender a garantia deixada por aquele responsável do CHNE de que a urgência vai manter-se a funcionar 24 horas por dia.
“Não percebo. Diz que a urgência médico-cirúrgica está a funcionar. Mas leio o decreto lei que a criou e diz que deve ter medicina interna, cirurgia geral, ortopedia, anestesiologia, cardiologia, neurologia, oftalmologia, urologia, unidade de cuidados intensivos polivalente, bloco operatório 24 horas, imuno-hemoterapia, diálise para situações agudas, imagiologia e patologia clínica. Isto definido num decreto-lei. O director clínico, se quiser ser sério, que venha dizer quantas destas especialidades estão a funcionar. E foram todas escritas num protocolo. Como grande parte delas não estão a funcionar, a câmara teve de o denunciar”, disse.
E reafirma as razões que o levaram a processar o Ministério da Saúde, numa acção entregue na última sexta-feira no tribunal de Mirandela.
“O que eles chamam urgência a funcionar, não é urgência nenhuma. É uma urgência básica e a mim prometeram-me e escreveram-me uma urgência médico-cirúrgica. O tribunal tem de obrigar o ministério a explicar porque não tem as especialidades acordadas.”
O protocolo em vigor foi assinado há cerca de três anos mas José Silvano diz que nunca foi cumprido na sua totalidade.
E explica porque só agora decidiu avançar para tribunal.
“Porque não estavam todas mas conseguia haver algumas que davam satisfação imediata às pessoas. A cirurgia era a principal. Essa foi a gota de água. Sem essa especialidade, a urgência não serve de nada. Diz que só foram três casos para Bragança, mas sabe quantos casos foram para Vila Real ou para o Porto directamente?”
Quanto à alegada saída do serviço de anestesiologia, diz que fica satisfeito se a pressão da autarquia tiver contribuído para a sua manutenção.
“Fico contente se lá ficar. A informação toda que tinha é que ia embora esta segunda-feira. Se ficar, seja por causa da pressão da câmara ou não, fico contente.”
A reacção do presidente da câmara de Mirandela à conferência de imprensa de ontem do director clínico do CHNE.
Escrito por Brigantia