PEC reduz poder de compra em Trás-os-Montes

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Qui, 29/04/2010 - 09:56


O Plano de Estabilidade e Crescimento é um ataque aos trabalhadores. Quem o diz é Pedro Carvalho, um economista que colabora com a CGTP e que passou por Bragança para esclarecer os trabalhadores sobre aquilo que chama de malefícios do PEC.  

“Neste momento o PEC é uma ofensiva contra os salários dos trabalhadores apelando a o seu congelamento, mas é sobretudo um ataque ao sector empresarial do Estado que é a nossa alavanca para o crescimento económico” refere.

 

Pedro Carvalho diz que o desemprego tem aumentado e o salário médio dos trabalhadores tem descido.

Bragança foi mesmo o único distrito do país a perder poder de compra. “No distrito de Bragança, o desemprego cresceu 15%, as pessoas que estão com o rendimento Social de Inserção cresceu 40%” afirma. “O salário médio mensal de um trabalhador de Bragança é de 760 euros representa pouco em pouco mais de 70% daquilo que é ganho médio nacional de um trabalhador, por isso estamos a falar de uma região extremamente empobrecida numa região que perdeu 6% de poder de compra nos últimos estudos do INE” adianta.

 

Segundo contas deste economista, os transmontanos vão receber cerca de oito euros por habitante, quando na região norte a média é de cerca de 90 euros, 200 a nível nacional.

Essa é a causa para a desertificação da região, com o distrito de Bragança a não ir além dos 140 mil habitantes.

Por isso, Pedro Carvalho aponta algumas medidas. “É necessário investimento público para criar as condições necessárias para fixar pessoas e o que se tem visto é antes uma politica de encerramento de serviços públicos”. Por outro lado, diz que “os salários e as pensões precisam de ser revalorizados para a melhoria das condições de vida das pessoas e uma solução para a saída da crise porque é preciso dinamizar os mercados locais”.

 

Para além disso, segundo este economista, o PEC tem levado os trabalhadores transmontanos a perder poder de compra.

Macedo de Cavaleiros é mesmo o concelho mais afectado do distrito de Bragança pois “teve uma perda do ganho mensal que é uma coisa extraordinária. Como é possível que os salários estejam a descer?” questiona. “Já para não falar que do ponto de vista real perderam poder de compra” acrescenta.

 

Por isso, a CGTP tem-se batido contra este Plano de Estabilidade e Crescimento.

A pensar nisso, realiza-se no próximo sábado, às 10h30, um comício na cidade de Bragança, que assinala também o dia do trabalhador.

Escrito por Brigantia