Qua, 03/09/2025 - 08:25
Enquanto não chegam os apoios anunciados pelo Governo, as associações de produtores e juntas de freguesia das áreas afetadas pelos incêndios, por intermédio da CAP, estão a fazer chegar aos produtores agropecuários e apícolas, alimento, vindo de todo o continente e ilhas, para os animais que se vem agora privados das reservas e pastos destruídos pelos fogos. Francisco Pavão, vice-presidente da Confederação de Agricultores de Portugal, diz estar a “fazer face àquilo que são as necessidades prementes das explorações pecuárias e apícolas, para que a ajuda chegue o mais rapidamente possível aqueles que dela necessitam.” Pavão dá nota que “esta é uma onda solidária que já existe há alguns anos e que mostra que, quando é preciso, os agricultores demonstram que são solidários entre pares”.
À Associação Nacional de Caprinicultores de Raça Serrana, já chegou o primeiro de vários carregamentos de alimento para animais esperados para os próximos dias. João Silva, Presidente da ANCRAS tem também dado uma ajuda no que toca ao levantamento no terreno, de quais os produtores, associados ou não, com necessidades imediatas. Diz estar a “trabalhar em parceria com Municípios, Juntas de Freguesia, associações (de produtores), com a CAP… temos associações que já disponibilizaram alimento que vamos começar a entregar”.
Uma ajuda importante para quem, do nada, viu serem destruídas centenas de hectares de pastagens e que, no imediato, precisa de soluções para alimentar os animais das suas explorações.
André Geraldo, Presidenta da União de Freguesias de Freixeda e Vila Verde, também ele produtor agropecuário numa das áreas mais fustigadas pelo incêndio de Mirandela, recorda as horas de aflição vividas por si e pelos seus fregueses. Por estas paragens, o fogo não deixou ninguém sem prejuízos. “Toda a população foi transversalmente afetada,... mais até em Vila Verde, onde há mais produtores”. “Essa ajuda é muito importante… pois até chegar o outono, e sem que os pastos comecem a “rebentar”, há pessoas que ficam debilitadas, sem reservas para os animais”, conclui.
De uma associação de Póvoa de Varzim já chegaram três toneladas e meia de milho na passada sexta-feira. Esta quarta chegam mais 15 toneladas de palha, vinda de uma exploração de Grândola, no Alentejo. A onda solidária entre agricultores não para. Vai aliviando as dores de quem perdeu, em minutos, anos de esforço levado pelos incêndios que varreram o país.
Escrito por Rádio Terra Quente (CIR)