IPB pode perder mais de 200 alunos do Concurso Nacional de Acesso ao Ensino Superior

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Qua, 06/08/2025 - 09:21


Regras mudaram e agora é obrigatório ter dois exames nacionais para o acesso

Já terminou o primeiro prazo de candidaturas ao ensino superior e há menos 10 mil jovens inscritos do que no ano passado.

O presidente do Instituto Politécnico de Bragança não está surpreendido com esta baixa, até porque, já em 2023, quando foi anunciado que as regras de acesso iriam mudar, passando a ser obrigatório ter dois exames nacionais para o acesso, alertou para o que agora se constata. Orlando Rodrigues diz que o IPB pode perder mais de 200 alunos nacionais este ano letivo mas espera equilibrar os números com os estudantes internacionais. “Já estamos habituados a captar alunos internacionais e isso tem sido fundamental para manter a instituição no nível em que ela está. Certamente, saberemos reagir a esta situação, que nos vai, provavelmente, provocar uma baixa de cerca de 200 a 300 alunos nacionais, mas saberemos compensar com alunos internacionais”.

E lamenta ainda que Portugal esteja a percorrer o caminho contrário, olhando para os restantes países, onde se tenta formar cada vez mais jovens. “Estamos a assistir às consequências da mudança, que vão contra o que a maioria dos países está a fazer, que é ajudar mais jovens a ter qualificação superior. Nós estamos a fazer o contrário. Isto vai ter consequências muito graves porque vamos deixar muitos jovens portugueses de fora do ensino superior, com empregos e salários mais frágeis”.

Orlando Rodrigues lembra que os jovens que ficarem de fora podem e devem optar por cursos técnicos superiores profissionais, o que lhes abre portas ao ingresso, depois, numa licenciatura. “Essas formações são de dois anos e permitem aos alunos entrar no mercado de trabalho mais precocemente e, depois, continuar com a licenciatura. Em particular, aos jovens da nossa região aconselho, vivamente, a procurar-nos”.

A primeira fase do concurso nacional de acesso ao ensino superior disponibilizava quase 56 mil vagas para mais de mil cursos em universidades e politécnicos públicos. Os estudantes puderam escolher entre mais de 1100 opções em 34 instituições.

Escrito por Brigantia

Jornalista: 
Carina Alves