Sex, 23/04/2010 - 11:00
“São contas preocupantes. Quanto maior for a dívida do hospital, pior serão os serviços que poderá prestar. A dívida estrangula os serviços. Não permite que se contratem e se disponibilizem serviços às pessoas como seria o caso de um hospital sem dívidas. Por isso fico, obviamente, muito preocupado.”
Adão Silva aponta ainda o dedo ao Governo pela reorganização que foi feita e que juntou os hospitais de Mirandela, Macedo de Cavaleiros e Bragança num mesmo centro hospitalar.
“A preocupação que o Governo teve em fazer estruturas com esta dimensão, foi, não tanto com os cuidados de saúde e qualidade e proximidade desses cuidados, mas em poupar dinheiro e em reduzir as transferências. Tarde ou cedo a consequência havia de vir, e já está a chegar às contas, com o aumento do défice, e não demora muito a chegar aos cuidados que o CHNE é capaz de prestar.”
Já Mota Andrade, deputado do PS, realça as obras efectuadas sobretudo na unidade hospitalar de Bragança.
Mas diz que uma das causas foi o fim do pagamento dos factores de convergência, “que é, no fundo, o subsídio do Estado às unidades hospitalares, que, no passado, só para o caso de Bragança, eram sempre na ordem dos oito a nove milhões de euros”, explica.
O deputado socialista não acredita, mesmo assim, que haja uma diminuição nos cuidados prestados aos cidadãos.
“Não”, sublinha. “Mas é evidente que vai ter de haver uma injecção financeira por parte da administração central. E relembro que, em comparação com o centro hospitalar de Trás-os-Montes, o do Nordeste recebe menos por consultas e actos médicos. Como as receitas são menores, repercute-se nas contas”, defende.
No entanto, Mota Andrade não adianta um prazo para o pagamento dos chamados factores de convergência por parte do Governo.
Escrito por Brigantia