Deputados com visões diferentes das contas do CHNE

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Sex, 23/04/2010 - 11:00


Preocupantes. É assim que o deputado do PSD Adão Silva vê a derrapagem nas contas do Centro Hospitalar do Nordeste, que demonstram uma dívida de 12,5 milhões de euros em 2009, contra os nove milhões apresentados em 2008.

“São contas preocupantes. Quanto maior for a dívida do hospital, pior serão os serviços que poderá prestar. A dívida estrangula os serviços. Não permite que se contratem e se disponibilizem serviços às pessoas como seria o caso de um hospital sem dívidas. Por isso fico, obviamente, muito preocupado.”

Adão Silva aponta ainda o dedo ao Governo pela reorganização que foi feita e que juntou os hospitais de Mirandela, Macedo de Cavaleiros e Bragança num mesmo centro hospitalar.

“A preocupação que o Governo teve em fazer estruturas com esta dimensão, foi, não tanto com os cuidados de saúde e qualidade e proximidade desses cuidados, mas em poupar dinheiro e em reduzir as transferências. Tarde ou cedo a consequência havia de vir, e já está a chegar às contas, com o aumento do défice, e não demora muito a chegar aos cuidados que o CHNE é capaz de prestar.”

Já Mota Andrade, deputado do PS, realça as obras efectuadas sobretudo na unidade hospitalar de Bragança.

Mas diz que uma das causas foi o fim do pagamento dos factores de convergência, “que é, no fundo, o subsídio do Estado às unidades hospitalares, que, no passado, só para o caso de Bragança, eram sempre na ordem dos oito a nove milhões de euros”, explica.

  

 O deputado socialista não acredita, mesmo assim, que haja uma diminuição nos cuidados prestados aos cidadãos.

“Não”, sublinha. “Mas é evidente que vai ter de haver uma injecção financeira por parte da administração central. E relembro que, em comparação com o centro hospitalar de Trás-os-Montes, o do Nordeste recebe menos por consultas e actos médicos. Como as receitas são menores, repercute-se nas contas”, defende.

No entanto, Mota Andrade não adianta um prazo para o pagamento dos chamados factores de convergência por parte do Governo.

Escrito por Brigantia