Complexo Agro-industrial do Cachão em destaque no debate com os candidatos à câmara de Mirandela

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Qui, 02/09/2021 - 10:23


O Complexo Agro-industrial do Cachão e a sua revitalização foi assunto de destaque, ontem, no debate, promovido pela Rádio Brigantia e Jornal Nordeste, com os cinco candidatos à câmara de Mirandela

Foram apresentadas propostas para requalificar aquele que já foi o grande motor económico de nordeste transmontano. Helena Chéu, do CDS, quer apostar numa agricultura mais sustentável e no escoamento dos produtos através do Complexo Agro-industrial do Cachão. “É imperativo que se aposte na agricultura para depois promover o escoamento dos produtos. É aqui que entramos no complexo. Pretendemos fazer isso através do cluster agroalimentar. Consiste num grupo de serviços, instituições e pessoas que trabalham para o mesmo bem. Pretendemos reforçar a aposta na intensificação da produção agrícola, procurar novos incentivos, quer nacionais quer internacionais”.

O atraso do plano de mobilidade do Tua também esteve em cima da mesa. Júlia Rodrigues, actual presidente de câmara e que se candidata por mais quatro anos pelo Partido Socialista, esclareceu que a estagnação do projecto deve-se a burocracias e apontou culpas ao governo central. “Fizemos tudo para que fosse uma realidade mas, de facto, há uma ausência de interesse do Governo e uma multiplicidade de problemas relacionados com a certificação da linha, que envolvem o IMT, a CP, as automotoras e um operador privado. Tudo falhou. Nós autarcas, eu própria, acreditamos que em 2019 era possível termos o comboio a rolar”.

Soube-se ainda que a câmara tem uma dívida que ronda os 9 milhões de euros, metade daquela que Júlia Rodrigues encontrou quando entrou para o executivo. Ainda assim, os cabeças-de-lista disseram querer reduzir este valor e o candidato da CDU, Manuel Mateus, acredita que para além disso é ainda possível trazer serviços que já existiam na cidade, como a maternidade. “Há serviços que se perdem e que, numa região como a nossa, fazem muita falta. Mirandela está situada a meio de Vila Real e Bragança. Deixámos perder a maternidade. É uma distância abismal para uma mulher grávida. É um serviço imprescindível”.

O debate ficou ainda marcado pelas críticas dirigidas pelo cabeça-de-lista do Partido Social Democrata à actual presidente de câmara. Duarte Travanca não poupou palavras para dizer tudo o que não foi feito durante os últimos quatro anos. “Não diga que as juntas têm mais receitas. Atirou esta verba para cima das juntas para os enganar e para se furtar às responsabilidades que a câmara tem. Prometeu que vai fazer um pavilhão multiusos, só que já o prometeu, em 2017, e não fez. Prometeu revitalizar o complexo do Cachão e fazer uma série de obras que até hoje continuam por fazer”.

Já o candidato do Chega, partido que concorre pela primeira vez à câmara de Mirandela, entende que é preciso apostar na economia do concelho e de forma diferente. Ricardo Garcia defende que a autarquia tem a responsabilidade de criar riqueza. “Em termos de investimento, nós temos que começar a pensar diferente. Não podemos estar sempre à espera dos subsidios do Estado para tornar o município com futuro. Temos que pôr a autarquia a criar riqueza. Apostar numa economia livre, forte e robusta, que traga investimento para a cidade”.

O turismo e atracção de turistas para o concelho também foi discutido ontem. O próximo debate é esta sexta-feira com os cabeças-de-lista à autarquia de Vila Flor.

Escrito por Brigantia

Jornalista: 
Ângela Pais