Qua, 31/08/2011 - 10:50
Belina Cangueiro, juntamente com o marido, foi pela oportunidade de trabalho e, apesar das diferenças culturais, encontraram na ditadura de Kadafi alguns sinais de abertura ao mundo ocidental.
“Cheguei e fui o registo 34. Num ano passou para 120. Houve a abertura de um banco português e muitas empresas de construção civil que pretendiam entrar naquele mercado. Era um país em que é preciso fazer tudo. A fórmula perfeita para uma empresa vingar.”
Quanto à vida do dia-a-dia destes portugueses na Líbia, houve outras descobertas que surpreenderam.
“Nunca paguei água na Líbia. Embora tenha costa é muito quente e todas as casas têm piscina. Só para a manutenção disso e do jardim, gasta-se muita água, mas era gratuita. Os bens de primeira necessidade são muito baratos”, conta.
Ainda assim, país islâmico é país islâmico, é por isso ter cuidado com alguns costumes ocidentais.
Cumprimentamos uma pessoa de beijo com relativa facilidade. Lá é impensável”, refere.
Circular no trânsito é também uma verdadeira guerra na Líbia.
“Ninguém respeita sinais. Há muitos acidentes.”
Já em relação à motivação do povo Líbio em deitar abaixo o regime de Kadafi, Belina Cangueiro levanta algumas dúvidas…e não acredita que esta história seja exactamente como nos está ser contada pelas televisões.
“O que toda a gente dizia é que interessava mais ao Ocidente do que ao povo.”
A experiência da passagem pela Líbia desta brigantina, onde passou cerca de um ano e meio, tendo regressado há pouco mais de meio ano a Bragança, imediatamente antes de ter rebentado o conflito que tem nesta altura o fim do regime de Kadafi à vista.
Uma conversa em jeito de entrevista para ouvir a seguir às notícias das 09:30 com reposição mais logo depois das notícias das 5 da tarde.
Escrito por Brigantia
Ouvir entrevista na íntegra:{audio}podcast/entrevista Belina Cangueiro Líbia.mp3{/audio}