Qua, 07/07/2010 - 09:32
Num ofício enviado a João Trocado da Mata, a que tivemos acesso, a autarquia mostra-se contra o encerramento das escolas primárias da área rural, nomeadamente a de Espinhosela, que tem 18 alunos, por “razões de ordem geográfica, de distância do percurso a realizar, das condições climatéricas da região, da coesão territorial e de sustentabilidade”.
No mesmo documento, a câmara de Bragança explica que, por exemplo, um aluno do Zeive, demora 18 minutos a percorrer os 12 kms até Espinhosela mas que seria obrigado a demorar 45 minutos a fazer os 30 kms até Bragança.
Quanto à fusão do Agrupamento de Izeda com a Secundária Abade de Baçal, de Bragança, a autarquia acusa esta medida de mascarar “o posterior encerramento da escola”.
Nesta carta enviada ao secretário de Estado da Educação, a câmara de Bragança aponta ainda os esforços significativos no investimento nas escolas de Samil e do Toural.
Por isso, a autarquia diz que recebeu as notícias do encerramento destas escolas “com admiração e incompreensão”, até porque chegaram via comunicação social, “sem ter havido, previamente, um contacto, como acordado, com o município”.
Por isso, é dito que “as iniciativas da Direcção Regional de Educação “são prematuras e devem ser adiadas até à análise conjunta das várias alternativas”.
No entanto, no âmbito da Comunidade Intermunicipal de Trás-os-Montes, de que faz parte Bragança, foi aprovada a reorganização da rede educativa do Pré-Escolar e do Primeiro ciclo para o período de 2007 a 2013, em que se prevê o encerramento de 129 escolas na área da Nut 3 (que abrange concelhos dos distritos de Bragança e Vila Real), passando de 179 estabelecimentos para apenas 50.
Só em Bragança é uma redução de sete estabelecimentos, de 24 para 17.
O presidente da câmara de Bragança recusa-se a prestar esclarecimentos sobre esta questão, remetendo a posição da autarquia apenas para o ofício enviado à Secretaria de Estado da Educação.
“Não sei se estive presente nessa reunião, mas a posição da câmara está muito clara na carta que foi enviada à comunicação social, directores das escolas, presidentes dos conselhos gerais, presidente da assembleia municipal que foi a cópia do oficio endereçado ao secretario de estado” refere Jorge Nunes.
Em Mirandela, a redução também é significativa.
De 21 escolas, ficam apenas três, os pólos escolares em construção. “Em Mirandela não encerra nenhuma escola até estar concluído o centro escolar, que só deverá acontecer em 2013 e aí encerram todas as escolas” explica o autarca José Silvano.
Escrito por Brigantia