Grupo Hospital Terra Quente promoveu seminário para acabar com estigmas associados a pessoas com neurodesenvolvimento

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Seg, 13/05/2024 - 09:01


Na região e em todo o país ainda são poucas as empresas que dão emprego a pessoas com condições do neurodesenvolvimento, como por exemplo, o autismo, por considerarem que não são capazes

Para tentar desfazer este tipo de estigmas e promover a inclusão, o Grupo Hospital Terra Quente, organizou um seminário que decorreu no passado sábado, mas também no anterior, em Mirandela.

Charlotte Coelho, psicóloga no Hospital Terra Quente, salientou que há muitas vantagens em empregar pessoas com estas capacidades. “Segundo os dados europeus, menos de 10% das pessoas com autismo estão incluídas no mercado de trabalho, que é um número que nos envergonha a todas e que merece um reflecção. Inserir pessoas com espectro do autismo no mercado de trabalho é uma questão, acima de tudo, de eficiência económica e há muitos países europeus e de outros continentes que já perceberam isto e no acesso a certos postos de trabalho têm preferência por pessoas que tenham esta condição, porque las têm vantagens que as pessoas sem autismo não têm e é isto que é preciso reconhecer”, vincou.

A psicóloga considera que ainda há um longo caminho a percorrer no que diz respeito à inclusão. Não só nas empresas, mas também nas escolas. “No contexto escolar falta bastante formação a nível, quer dos docentes, quer dos não docentes, até inclusive ao nível das direcções, portanto uma coisa é o decreto-lei 54, outra coisa é aquilo que é feito no terreno e ainda continua a haver um desfasamento que precisa de mais mudança e iniciativa”, disse.

A adesão superou as expectativas. Diana Costa, directora clínica do Hospital Terra Quente, sublinhou que o número de participantes reflecte que há já alguma consciencialização da sociedade. “Tivemos uma grande adesão que superou aquilo que nós contávamos que fosse para um primeiro seminário e isto indica que as pessoas estão abertas e estão preocupadas em aprender e adquirir conhecimento para conseguirmos contornar e darmos uma oportunidade àqueles que são diferentes”, referiu.

O 1º Seminário de Neurodiversidade e Inclusão, organizado pelo Grupo Hospital Terra Quente, aconteceu nos dias 4 e 11 de Maio, com a participação de investigadores, profissionais de saúde e docentes.

Escrito por Brigantia

Jornalista: 
Ângela Pais