Sex, 29/09/2023 - 09:07
Os profissionais não querem trabalhar além do limite que a lei permite. Esta situação pode trazer constrangimentos nas urgências, cirurgias e consultas de especialidade em todos os hospitais do país, inclusive na Unidade Local de Saúde do Nordeste. O presidente da Câmara de Bragança, Hernâni Dias, diz estar bastante preocupado com a situação, uma vez que não há para onde mandar os doentes, visto que os médicos estão em greve de Norte a Sul do país.
“Vai pôr em causa variadíssimos serviços, não é só a parte da urgência, mas haverá outras especialidades que vão ser postas em causa e isso é mau para nós, com uma agravante é que, provavelmente, noutras circunstâncias, quando nos falta aqui uma especialidade, nós conseguimos ir buscar ou ter recursos noutros sítios para dar resposta, tendo em conta que esta greve afecta todos de igual forma, coloca-se uma questão maior, é que se nós ficamos sem resposta no nosso território, ela também não existe nos territórios ao lado”, referiu.
Para o autarca a culpa tem nome, Ministério da Saúde, que não resolve o problema que há muito tempo está identificado.
“Eu não acredito que ninguém esteja a fazer uma greve desta natureza para prejudicar quem quer que seja. Estamos a falar da luta por melhores condições de trabalho e isso compete clara e exclusivamente ao ministério da saúde. Preocupa-nos a reposta que é dada aos nossos cidadãos ou a falta dela, que é diferente, em situações que são tão delicadas como é a saúde”, frisou.
Esta é mais uma preocupação que se junta às outras que o município de Bragança identificou e que vai enviar ao ministro da saúde.
Segundo a RTP, os médicos de Bragança recusam-se a fazer horas extraordinárias a partir de Outubro, comprometendo a urgência, o bloco operatório e a unidade de cuidados intensivos.
Tentámos chegar à fala com o presidente da Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares para perceber as reivindicações, mas não se mostrou disponível para prestar declarações. Também contactámos a presidente do Conselho Sub-Regional de Bragança da Ordem dos Médicos, mas não conseguimos obter qualquer reacção.
Escrito por Brigantia