Sex, 22/08/2025 - 14:33
O incêndio que deflagrou no concelho de Mirandela, assolou vários concelhos, nomeadamente o de Alfândega da Fé, até onde as chamas se alastram e que não deram tréguas durante dois dias. Dados provisórios apontam para 1500 hectares de área ardida, nas quatro freguesias afetadas, como avança o presidente da câmara de alfândega da fé, Eduardo Tavares. "Temos alguns dados provisórios, que apontam para mais de 1.500 hectares, são dados fornecidos pela Proteção Civil distrital. Estão já a ser avaliados, no terreno, por técnicos do município, técnicos do BUPI, as áreas ardidas do nosso concelho, é um trabalho que vai demorar agora ainda vários dias, porque é um trabalho vai ser feito com bastante minúcia, foram afetadas quatro freguesias, Vilares da Vilariça, Colmeais, Valverde, Vilarelhos, Eucísia e Santa Justa.”
O autarca aguarda por apoios do Governo, mas para já, o próprio município pretende tomar medidas, como aplicar a isenção da despesa de água à população das freguesias afetadas, proposta que será levada à próxima reunião de câmara.
O fogo chegou muito perto de várias aldeias e, uma vez quem muitas pessoas, para proteger as suas propriedades, gastaram muita água de forma direta, com mangueiras, encher depósitos… Vamos também isentar o pagamento de água no mês de agosto em todas as aldeias afetadas por estes incêndios”, explica o autarca.
Apoiar os produtores pecuários com a distribuição de alimento para os animais, é outra das medidas que a autarquia considera urgente. “Vamos, obviamente, agilizar uma medida de emergência para trazer alimentação aos nossos produtores pecuários para os animais, porque sabemos que estas medidas, mesmo que sejam rápidas, podem demorar duas, três, quatro semanas a serem implementadas e a estarem à disposição dos agricultores.”
Eduardo Tavares acredita que este foi o pior incêndio de que há memória no concelho, a afetar sobretudo a agricultura. “Estamos a falar de, seguramente, do maior incêndio de que há registo no nosso concelho, com muita área agrícola ardida. Não há memória, de facto, de termos uma área agrícola tão grande ardida, há muitos agricultores que perderam em tudo. Áreas de amendoais, de olivais, áreas modernas, novas plantações, com sistemas de rega, equipamentos, vinhas, pomares, é de facto uma camalidade”, sublinha.
Por esse motivo, destaca quais os apoios que gostaria de ver a serem aplicados pelo Governo, de ajuda aos agricultores.
“Ajudas para a reposição do potencial produtivo, ou seja, para que os agricultores possam replantar, serem ressarcidos dos seus prejuízos. Tenham outro tipo de apoios, como a manutenção de postos de trabalho, isenções do pagamento de segurança social (…) Porque vamos ter aqui muitos anos, em que estes agricultores não vão ter só estes prejuízos, as suas produções foram perdidas para os próximos anos e nisso de facto é muito dinheiro, vai ter um impacto total na vida desses agricultores e das suas famílias”, remata.
O Ministério da Economia e Coesão Territorial e Ministério da Agricultura e do Mar promoveu, esta quinta-feira, uma reunião em Sernancelhe, onde avançaram que os prejuízos dos incêndios este ano são já "bastante superiores" aos registados no ano passado, superando os 30 milhões de euros. Foram prometidos apoios, "em dez dias ou menos".
O ministro Adjunto e da Coesão Territorial, Manuel Castro Almeida adiantou que, "na próxima semana, estarão disponíveis os formulários" de candidatura para receber os apoios, que terão de ser entregues às Câmaras Municipais. As autarquias, por sua vez, encaminham para a CCDR e a CCDR avalia e paga.
Escrito por Rádio OndaLivre (CIR)