Pais e direcção de agrupamento protestam contra fecho de escola primária na cidade de Bragança

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Ter, 06/07/2010 - 09:25


Cerca de meia centena de pais reuniu-se ontem à noite para mostrar o seu descontentamento com a possibilidade de encerramento da escola primária do Toural, na cidade de Bragança. Essa hipótese já tinha sido avançada em primeira mão pela Brigantia há algumas semanas. Agora, os pais dos 63 alunos mostram o seu desagrado com esta ideia do Grupo de Apoio às Escolas da Terra Fria.  

“Primeiro por uma questão de localização em relação a onde eu moro” refere Alexandre Monteiro. “Eu trabalho na cidade e vivo em Val D’Alvaro. Venho todos os dias a pé trazer e buscar a menina à escola. Se ela for para Santa Maria já não posso fazer isso” refere Sandra Correia “além de ser uma escola que tem todas as condições” acrescenta. Já Rui Martins recorda que “a escola foi remodelada recentemente e reúne todas as condições para que as crianças tenha um bom desenvolvimento escolar”.

 

A própria directora do agrupamento Augusto Moreno, ao qual pertence a escola do Toural, está contra o encerramento da escola.

Emília Estevinho diz mesmo que a escola tem alunos e instalações suficientes para continuar a funcionar.

“Nós não concordamos, mas temos de obedecer aos nossos superiores” afirma, salientando, no entanto, que “é uma escola boa e será uma perda para muito grande se ela vier a encerrar porque nem todos os aluno irão para o centro escolar. A maior parte deles vai tentar fugir para outras escolas e eventualmente para outros agrupamentos” alerta a responsável.

Emília Estevinho aponta “a qualidade das instalações do futuro centro escolar de Santa Maria” como a razão que possa estar na base do encerramento da escola primária do Toural. “Tem pavilhão e refeitório e aquela escola não, embora tenha uma excelente biblioteca e salas de aula” acrescenta.

 

O coordenador do Grupo de Apoio às Escolas tinha dito à Brigantia que a única razão para o encerramento passava pela existência de uma alegada casa de prostituição nas traseiras do estabelecimento de ensino.

Uma razão com a qual nem pais nem directora do agrupamento concordam.

“A mim não me preocupa porque a escola está bem guardada e as pessoas que estão lá são competentes” refere Alexandre Monteiro, acrescentando que “o que me preocupa é as autoridades municipais e até policiais não fazerem nada a respeito disso”.

“Eu diria que o encerramento da escola do Toural se deve à falta de crianças no pólo escolar de Santa Maria do que propriamente a isso” considera Sandra Correia.

Já a presidente do agrupamento assegura que “nunca tivemos qualquer chamada de atenção por parte dos pais acerca disso”.

 

Luís Lobão, da Associação de Pais da escola do Toural, revela que já foi pedida uma audiência ao presidente da câmara de Bragança há cerca de duas semanas mas ainda não houve resposta.

Apesar de admitir que oficialmente ainda não têm conhecimento de uma decisão, esta situação abre a porta à fuga das crianças para o outro agrupamento da cidade como forma de retaliação pelo encerramento da escola.

“A título oficial ainda não sabemos nada e por isso é que organizamos este abaixo-assinado e tentarmos falar e saber o que é que as autoridades estão a pensar fazer em relação à escola”. A associação de pais admite que o cenário de encerramento se confirmar “a ideia dos pais passa por matricular os filhos no pólo da Sé”.

 

Para o próximo dia 12 está prevista uma reunião do Conselho Geral da escola, onde deverão marcar presença representantes da autarquia e do grupo de apoio às escolas.

Para já, segue um abaixo-assinado dos pais para a câmara, juntas de freguesia da cidade e Grupo de Apoio às Escolas da Terra Fria.

Escrito por Brigantia