Gestoras de fumeiro certificado desvinculam-se de marca “Origem Transmontana”

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Ter, 29/09/2015 - 12:50


As gestoras do fumeiro certificado de Vinhais e da alheira de Mirandela vieram já demarcar-se, da marca “Origem Transmontana”, associada a três casos de botulismo em Portugal.   A Associação Nacional de Criadores de Suínos de Raça Bísara refere mesmo em comunicado que “o agente económico em causa não certifica nem comercializa os produtos do fumeiro de Vinhais, não estando sujeito aos rigorosos controlos efectuados pelas entidades certificadoras, que obrigam ao cumprimento escrupuloso das normas de produção regulamentadas”. A entidade gestora de várias marcas de fumeiro de Vinhais com Indicação Geográfica Protegida (IGP) considera ainda que o agente económico Origem Transmontana é apenas uma marca comercial de um pequeno e recente produtor de fumeiro que não pode desvirtuar a qualidade e a confiança que os produtos transmontanos têm merecido ao longo dos anos.

Também os produtores de alheira de Mirandela estão preocupados com os danos colaterais que garantem já estar a sentir devido à associação às alheiras da marca “Origem Transmontana”.
Esta segunda-feira, alguns produtores viram encomendas canceladas e foram confrontados com dúvidas de consumidores e clientes, o que levou à convocação de uma reunião de emergência com a Associação Comercial e Industrial, entidade gestora da Alheira de Mirandela, da qual saiu um comunicado conjunto a desvincular os produtos certificados transmontanos da marca comercial “Origem Transmontana”.
O próprio director-geral da saúde, Francisco George, em declarações à RTP, apelou aos consumidores para "não ingerirem apenas os produtos da marca comercial Origem Transmontana, que já estão a ser retirados do mercado, mas não terem outro tipo de preocupações com esses alimentos que são aliás, frequentes na dieta portuguesa".
Entretanto, os comerciantes com lojas de venda de produtos de fumeiro na cidade dizem que, para já, ainda não sentem grande impacto negativo nas vendas com estas notícias, apesar de alguns pedidos de informação sobre o assunto.
Já quanto aos consumidores, revelam alguma preocupação com o caso, mas que não o associam ao problema das alheiras da marca “Origem Transmontana”.
Os produtores de alheiras de Mirandela pretendem esclarecer os consumidores, defendendo que uma marca comercial não pode por em causa uma região, sob pena de prejudicar uma indústria que representa um volume de negócios superior a 30 milhões de euros anuais, resultante das empresas produtoras, cozinhas regionais e lojas de vendas, que empregam cerca de 500 pessoas.
São os danos colaterais que acontecem depois do comunicado conjunto de entidades a dar conta de que foram detectados, este mês, três casos de botulismo alimentar.
A origem destes casos de doença foi associada à ingestão de produtos alimentares fumados (alheiras), comercializados com a marca "Origem Transmontana", com sede em Bragança.
As autoridades decidiram retirar de imediato do mercado os produtos à base de carne e os queijos da marca. Escrito por Brigantia.