Qui, 16/10/2008 - 08:53
Para que todo o trabalho até agora desenvolvido não seja desperdiçado, a Associação "Ponte…nas ondas", que há seis anos trabalhava na candidatura, pretende agora criar a primeira declaração dos Tesouros Vivos da euro-região Galiza e Norte de Portugal.
Esta declaração é também promovida pela UNESCO, mas não requer a aprovação do Estado. “Este sistema destina-se a reconhecer organizações relacionadas com o património imaterial dignas de admiração e esta é uma forma de lhes agradecer o facto de conservarem o património” refere a responsável pelo projecto do lado português.
Lourdes Carita conta ainda que para melhor levar a cabo a consagração do património como Tesouro Vivo da humanidade, pretende criar-se uma fundação. “É preciso haver alguns fundos conseguindo o apoio de algumas entidades públicas e privadas e uma fundação pode ser a melhor forma de nos ajudar” considera.
Ser considerado Tesouro Vivo não é o mesmo que ser classificado como património da Humanidade, mas Lourdes Carita vê nesta alternativa uma forma de não deixar morrer tradições, muitas delas em risco, que estão sobretudo em posse de pessoas idosas. “É uma coisa com menos impacto mas também é uma forma de proteger o património e o fundamental é divulgá-lo para que seja respeitado”, conclui.
Entretanto, promotores da candidatura não esquecem o parecer negativo do Governo, o qual classificam de consequência de pouca vontade política. Depois da candidatura à UNESCO em 2005, 2008 é o ano de uma segunda candidatura a Património da Humanidade que não avança.