Alfândega da Fé tem a primeira escola municipal de teatro transmontana

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Sex, 04/03/2011 - 09:15


Alfândega da Fé tem a primeira escola municipal de teatro em Trás-os-Montes. O projecto nasceu de um protocolo estabelecido com a companhia Filandorra.  

De acordo com David Carvalho, da companhia de teatro, já há mais de 50 interessados.

“É o primeiro exemplo em todo o Interior Norte de uma actividade deste tipo”, explica David Carvalho. “São aulas, de 15 em 15 dias, que vão actuar junto dos inscritos, que já são mais de meia centena” explica.

 

O objectivo é formar actores amadores com habitantes do concelho de Alfândega da Fé.

“É a formação de um grupo de teatro de base local, com um conjunto de actividades que vão passar pela formação do actor nas suas diversas componentes, como movimento, expressão corporal, voz, dicção, o trabalho de análise dramatúrgica. E depois as disciplinas específicas de levantamento do espectáculo, ao nível do que se faz no teatro profissional” referiu.

 

Um dos parceiros deste projecto será o agrupamento de escolas de Alfândega.
José Lopes, o presidente do agrupamento, explica que a ideia já era antiga e que já tinha havido outros grupos de teatro na vila.

“Temos alguma tradição de teatro popular, já o tentámos reactivar diversas vezes. Os obstáculos têm residido na falta de formação. O agrupamento de escolas e a autarquia não têm esses requisitos formativos. A Filandorra já tem conhecimento do terreno e entra como pivô da formação, para ver se conseguimos pôr no terreno o nosso próprio teatro” destaca José Lopes.

 

O teatro municipal de Alfândega da Fé arrancou na última quarta-feira, com duas representações do Auto da Barca do Inferno, de Gil Vicente, e com a realização da primeira de 20 oficinas de teatro.

A primeira peça deverá ser apresentada no Verão.

“Qualquer coisa ligada com história de Alfândega poderá ser o primeiro texto. Temos aqui a lenda dos cavaleiros das esporas douradas. Possivelmente iremos por aí, porque é preciso ter em consideração que o teatro popular só faz sentido se tiver a ver com a realidade das pessoas que estão em cena e com o público” sublinha, apontando a próxima festa da cereja como a data provável para a apresentação do primeiro trabalho.

 

O protocolo assinado com a Filandorra prevê a realização de 20 oficinas de teatro e cinco peças, com um orçamento total de dez mil euros.

O próximo encontro realiza-se no dia 18 de Março.

Escrito por Brigantia