Cenários de Graça Morais em exposição pela primeira vez

Oito destas telas em tamanho gigante foram produzidas para a peça Ricardo II, de William Shakespeare, levada à cena no Teatro Nacional D. Maria II, em 1995 e estão expostas, até ao final da semana, no Teatro Municipal de Bragança. Os restantes dezoito cenários estiveram no palco do teatro experimental de Cascais, três anos antes, na peça “Os Biombos”, de Jean Genet. No centro de Arte Contemporânea está ainda patente a exposição “Cenários e Figurinos” que mostra os esboços destes trabalhos e vídeos da execução dos mesmos pelas mãos de Graça Morais. Vinte e dois dos 105 trajes usados pelos actores da peça Ricardo II estão também expostos no Centro de Arte, até 12 de Janeiro. Uma dimensão menos conhecida da obra da pintora que é agora mostrada aos transmontanos.“É uma exposição inédita. Depois da apresentação destas peças de teatro, estes telões e biombos nunca mais tinham sido vistos. É a primeira vez que apresentamos um trabalho dedicado ao teatro. O Centro de Arte Contemporânea tem também o objectivo de dar a conhecer a diversidade de trabalhos que a Graça tem vindo a produzir, ao longo da sua carreira. Esta é a décima sexta exposição que apresentamos e penso que conseguimos sempre surpreender o público, a partir do trabalho extraordinário de Graça Morais”, referiu o comissário da exposição, Jorge da Costa. Já o encenador Carlos Avilez, que trabalhou com Graça Morais na produção destes cenários, destaca a qualidade do trabalho da pintora. “Para mim, a Graça Morais é uma pintora fora do normal, genial e uma pessoa extraordinária. Fazer “Os Biombos” e o “Ricardo II” com ela foi das experiências mais enriquecedoras e importantes que tive enquanto encenador, ao longo dos meus quase 60 anos de carreira”, sublinhou o encenador, na abertura das exposições. A par destas exposições foi também inaugurada, no passado sábado, a exposição “Incandescência das sombras”. Um conjunto de trabalhos de fotografia artística do artista e actor André Gomes, que pode ser visto no Centro de Arte Contemporânea até 12 de Janeiro de 2016. A par do trabalho mais recente, realizado este ano , a exposição de reúne um conjunto de séries como Macha, Miroirs ou Per Umbras. Escrito por Brigantia.