Qua, 22/07/2015 - 11:40
Jorge Cadete está preocupado também com a emigração de enfermeiros que já estão a exercer a profissão mas que preferem trabalhar no estrangeiro onde têm melhores condições de trabalho. “Os enfermeiros que se têm formado têm procurado outros destinos, principalmente no estrangeiro, porque têm respostas de trabalho que não encontram em Portugal. Isso entristece-nos porque são profissionais que nos fazem falta e deveriam ser absorvidos pelo Sistema Nacional de Saúde. Estamos a desvincular-nos destes profissionais que não sabemos se vão regressar. Por outro lado, também estamos preocupados com a saída de profissionais com 10 e 15 anos, já com alguma experiência, e que estão a deixar os serviços deficitários e desequilibrados”, constata o enfermeiro.
A média de enfermeiros por mil habitantes na região Norte está abaixo do daquilo que é recomendado pela OCDE. Só nesta região seria necessário contratar pelo menos 5 mil enfermeiros. O presidente da Secção Regional do Norte da Ordem dos Enfermeiros reuniu recentemente com a administração da Unidade Local de Saúde do Nordeste e com enfermeiros das unidades hospitalares de Bragança e Mirandela no sentido de reivindicar a contratação de mais enfermeiros. “Na região Norte, estamos muito aquém dos 8.6 enfermeiros por mil habitantes, que a OCDE nos indica. A média calculada por alto indica que temos 6 enfermeiros por mil habitantes. Para termos algum equilíbrio, precisaríamos no mínimo de entre 5 mil a 6 mil enfermeiros”, acrescenta. Jorge Cadete frisa que “a maior necessidade é ao nível dos cuidados primários”. A maioria dos concursos para contratação de enfermeiros têm sido para substituições temporárias, o que não deixa a ordem satisfeita, uma vez que são contratações temporárias e contratos de trabalho precários. Os enfermeiros têm vindo a lutar também por melhores condições salariais.Ainda ontem o Sindicato dos Enfermeiros Portugueses reuniu com o Ministério da Saúde para discutir a proposta do Governo para a nova grelha salarial. Caso a proposta não inclua a reposição do valor dos cortes dos últimos anos, o sindicato ameaça agendar novas greves para este Verão. Escrito por Brigantia.