Qua, 29/10/2014 - 19:28
O responsável pela Unidade de AVC da ULS do Nordeste, Jorge Poço, explica que há, no entanto, uma estimativa que aponta para os 500 casos anuais, uma vez que há doentes que morrem vítimas da doença e que não chegam a ser assistidos a nível hospitalar. “Há doentes que falecem antes mesmo de serem internados, falecem em casa ou nos serviços de urgência e acabam por não ser contabilizados nestes números. Os dados que tínhamos há cerca de 10 anos atrás, apontavam para cerca de 500 casos registados, era de supor que no total rondasse os 600 casos”, salienta o responsável. O maior controlo de factores de risco pelos cuidados de saúde primários e a diminuição da população, são alguns dos factores apontados para a menor incidência de AVC. Na última década a região perdeu mais de 12 mil pessoas. No entanto, o médico lembra que grande parte da população emigrou, sendo na maioria jovens e a população de risco para AVC é a mais idosa. A Unidade de AVC da região, que funciona em Macedo de Cavaleiros e aumentou este ano uma cama, tendo agora nove. Jorge Poço mostra-se preocupado pelo facto de apenas menos de metade dos doentes passarem por esta valência. “O ideal seria que todos doentes com AVC passassem pela unidade. A ideia será melhorar pouco a pouco essa acessibilidade. Este ano conseguimos aumentar uma cama, parece pouco mas é significativo”, considera o médico. A Via Verde do AVC e a fibrinólise, o medicamento que pode reverter as sequelas causadas, só estão disponíveis no Hospital de Bragança, o que faz com que, frequentemente, os doentes do sul do distrito sejam encaminhados para o Hospital de Vila Real. O presidente da Sociedade Portuguesa de AVC, Castro Lopes, salienta que é importante que a população esteja atenta aos sinais indicadores de Acidente Vascular Cerebral, de forma a ser assistido o mais rapidamente possível pelas autoridades de saúde. “Nós ensinamos os sinais e dizemos que é preciso ir a correr para o hospital mas as pessoas desprezam essas recomendações. È preciso nas primeiras horas ser sujeito a um tratamento que contribui que se fique completamente bom, se fique menos paralisado e se morra menos”, constata o responsável. Declarações à margem de uma reunião que decorreu ontem à noite em Bragança e que juntou médicos e outros profissionais de saúde em torno do AVC. Um encontro que surge no âmbito do Dia Mundial do Acidente Vascular Cerebral, que se assinala hoje. A campanha mundial de sensibilização para este tema, tem este ano o slogan “Sou mulher, o AVC afecta-me”, com o objectivo de alertar para o risco elevado de AVC que todas as mulheres correm, uma vez que tem uma esperança média de vida é mais elevada do que os homens. Escrito por Brigantia.