Sex, 05/06/2009 - 08:16
Os Lusíadas, de Luís de Camões, na segunda língua oficial portuguesa, são acompanhados de uma banda desenhada.
Para Amadeu Ferreira, o autor da tradução, esta obra surgiu por acaso e para provar que a segunda língua oficial de Portugal pode ser usada em todas as circunstancias, até nos Lusíadas.
Comecei a traduzir algumas estâncias e a notar dificuldades. Perguntei-me se o mirandês consegue suportar este poema, com esta complexidade de linguagem. Começou a crescer a ideia e depois nunca mais parei”, diz. Agora, “o mirandês fará parte da bibliografia d’Os Lusíadas”, o que é “um aspecto importante para o respeito e divulgação da língua.”
Os dez cantos e as 1102 estrofes dos Lusíadas demoraram cinco anos a ser traduzidos por Amadeu Ferreira.
“Foi uma luta árdua mas sobretudo uma coisa agradável. Foram cinco anos de puro prazer”, confessa.
Recorde-se que Amadeu Ferreira foi um dos responsáveis pela tradução em mirandês das duas obras de Astérix e mais uma vez o escritor optou pela banda desenhada para transmitir os Lusíadas porque segundo ele assim é mais fácil chegar aos mais novos.
“Acho mais fácil porque chega às crianças e aos jovens. Depois tive a felicidade de trabalhar com aquele que neste momento é a principal referência da Banda Desenhada em Portugal, o José Ruy. Este é o 47.º título que publica.”
No entanto também está a ser preparada uma edição não ilustrada e mais completa que vai ser lançada dentro em breve.
A par dos Lusíadas em mirandês chega às livrarias em simultâneo “a história da língua mirandesa em banda desenhada” da autoria de José Ruy, uma referência da BD portuguesa.
“A edição já saiu, está em distribuição. É uma banda desenhada original, que se chama “História de uma língua e de um povo”. Foi feita uma dupla edição, em mirandês e mirandês. A história não apenas da língua mirandesa mas também do povo que a fala”, conclui.
Mais duas obras de referência escritas em Mirandês.
A tradução dos Lusíadas e um inédito “da história da língua mirandesa em banda desenhada”.
Escrito por CIR