Qua, 21/02/2024 - 12:28
Os candidatos puderam apresentar as propostas dos partidos para a Educação na próxima legislatura e os docentes não pouparam perguntas. Foi o caso de Lúcia Gonçalves, de Bragança, que deu a conhecer a sua história. É educadora de infância há 35 anos e nos últimos dois foi colocada em Miranda do Douro, a quase uma centena de quilómetros. Embora tenha uma redução da carga horária, devido ao tempo de serviço, lamentou que esteja a passar por tudo isto aos 59 anos. E mesmo depois do debate, não ficou convencida de que muita coisa vai mudar. “Não. Porque é assim, os políticos é mesmo isto, o que eles querem é enrolar-nos, que é o que nos têm feito até este momento. Eu não acredito neles. Na hora do aperto eles vão ter que fazer alguma coisa. Falaram que o bom profissional deve evoluir na profissão. Tive uma boa prestação. Tive um muito bom e fiquei retida três anos no escalão”.
Outro dos professores que confrontou os candidatos foi João Dias. Docente de Formação Musical no conservatório de Bragança, afirmou que há uma grande assimetria entre os apoios do Governo para ensino artístico no Porto e em Bragança. “Alguém tem que encontrar uma resposta e actualmente tem sido a câmara. E nós, com este problema, temos tentado estar a par dos outros conservatórios a nível nacional mas é muito difícil”.
O sindicato está a organizar debates em todos os distritos do Norte do país, com o intuito de perceber quais são as propostas dos partidos para o sector. Francisco Gonçalves, coordenador do Sindicato dos Professores do Norte e secretário-geral adjunto da Fenprof, adianta que este foi o debate com mais intervenções dos professores. “Os professores sentem-se profundamente injustiçados com as medidas dos últimos governos. As questões da educação e professores têm tido um tratamento muito mau e contribuir para o grande mau estar que existe e para o problema da década, a falta de professores”.
O debate contou com a participação dos candidatos pelo distrito do PS, Aliança Democrática, Iniciativa Liberal, Livre, CDU e Bloco de Esquerda. Dezenas de docentes da região marcaram presença.
O último ano lectivo ficou marcado por sucessivas greves dos professores, que mostraram o seu descontentamento com a desvalorização da carreira. No entanto, depois do debate, admitiram que não têm grande esperança que sejam ouvidos pelo novo Governo.
Escrito por Brigantia