Sem clientes e com rendas elevadas, comerciantes do Mercado Municipal de Bragança pedem medidas urgentes

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Qui, 25/09/2025 - 09:15


Os lojistas do Mercado Municipal denunciam o abandono do espaço e a falta de respostas da Câmara Municipal

Muitos lojistas do Mercado Municipal reclamam, ao município, melhores condições de trabalho, mais divulgação e rendas mais baixas. É o caso de Marisa Matias, que detém o supermercado ‘Coviran’ há cerca de um ano e meio e paga uma renda superior a mil euros por mês.

“Não há clientes e nós sem clientes não conseguimos suportar estes valores de renda, que ultrapassam os 1.200 euros. Desde que aqui estamos nunca tivemos um mês de lucro”, começou por explicar.

Marisa Matias vai mais longe e refere que o município em vez de ajudar acaba por complicar processos. “As despesas da luz às vezes vão aos 1.300 euros, e algumas vezes vão além desse valor. Já fomos lá, pelo menos duas vezes, ter reunião com o Sr. presidente, apresentamos o nosso ponto de vista e pedimos ajuda. Mas até à data nada. Nós pedimos autorização para instalar uns painéis solares no teto. Tivemos à espera meio ano de uma resposta, que não chegava. Quando deram uma resposta disseram que ainda estavam a analisar porque tinham que ver o valor que nos iam levar pelo aluguer do espaço no telhado para colocarmos os painéis, que iriam ser pagos do nosso bolso. O valor era entre 62 ou 63 euros mensais pelo aluguer do teto”, explicou.

Para além das rendas elevadas, os comerciantes denunciam que o mercado está a precisar de requalificação e de uma melhor promoção para atrair clientes. Clara Antunes, nome fictício de outra lojista do mercado, conta que a estrutura passa dias sem movimento e que muitos lojistas precisam de outro trabalho para conseguirem sobreviver. “Nós precisamos, sobretudo, que nos baixem as rendas, até conseguirmos requalificar e colocar o mercado de novo a trabalhar. Aí, sim, podem ajustar a renda àquilo que o mercado trabalhar. Neste momento, não temos clientes, passamos dias e dias praticamente sem movimento. Assim fica difícil conseguir manter as lojas abertas com uma margem de lucro. Aliás, praticamente toda a geração recente que cá está tem que ter outro trabalho por trás para conseguir manter a sua loja. Não mantém a sua loja apenas com o que aqui comercializam”, disse.  

Os problemas estruturais também preocupam os vendedores, que falam de portas estragadas e falta de manutenção, assim como as inúmeras lojas que estão entregues a associação e que se encontram fechadas. Clara Antunes refere que o município muito promete mas pouco faz.

“Há cerca de seis meses atrás tivemos uma reunião com o município em que levávamos muito bem estruturado aquilo que pensávamos serem melhorias para o mercado e formas de divulgação. Na sua grande maioria acharam que podia ser feito a nível de divulgação, mas acabaram por não serem feitas. A nossa ideia era colocarmos cá serviços que fossem importantes, como as finanças, ou a loja do cidadão que fizessem as pessoas da cidade vir cá, e depois, porque precisavam desses serviços, acabavam por visitar o mercado. Também nos disseram que o mercado não tinha estrutura para colocar cá mais nada. Há muitos problemas estruturais, as portas não abrem bem, algumas estão muito estragadas. O que nos dizem sempre é que vão resolver, mas passam as semanas, os meses e não vemos nada”, rematou.

Tentámos contactar o executivo, atualmente liderado por Paulo Xavier, mas até ao momento não obtivemos qualquer resposta.

Escrito por Brigantia.

Jornalista: 
Cindy Tomé