"Saúde e Fraternidade" do moncorvense Campos Monteiro reeditado

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Seg, 28/11/2022 - 08:59


Acaba de ser reeditado o livro "Saúde e Fraternidade" do escritor moncorvense Campos Monteiro. É um texto irónico, seguindo de perto factos, personalidades e acontecimentos da 1ª República, época em que o autor viveu. Só no primeiro quarto do século passado venderam-se mais de 40 mil exemplares

O livro foi agora reeditado e António Lopes, da editora Lema d'Origem, explicou que a ideia passou por recordar o autor. "Este foi o meu trabalho durante a pandemia. Foi um trabalho de edição e de planeamento durante a pandemia. Depois, felizmente, a câmara aceitou este desafio. O autor estava esquecido, já ninguém se lembrava dele e a melhor homenagem que podemos fazer a qualquer escritor é dar a conhecer a obra dele".

Em 2020 o busto de Campos Monteiro foi retirado do local onde sempre esteve. Por causa de uma empreitada da câmara, saiu da frente dos Paços do Concelho, o que gerou alguma controvérsia, em Torre de Moncorvo, àquela época. Algo que despertou a curiosidade do editor. "Já vinha minha mente explorar aquilo que são os escritores da região, nomeadamente o Campos Monteiro, o Guerra Junqueiro, que ainda não consegui trabalhar, e o Trindade Coelho, cuja obra já editei. O clique final, quanto a Campos Monteiro, foi quando houve uma polémica, em Torre de Moncorvo, que teve a ver com o busto do escritor".

Abílio Campos Monteiro nasceu em Torre de Moncorvo, em 1876. Foi escritor, médico, político e jornalista. Morreu em 1933. O presidente da câmara, Nuno Gonçalves, admite que esta é uma verdadeira homenagem ao moncorvense e que é uma forma de o dar a conhecer ou de o recordar. "Este executivo, quando foi a grandes exposições e eventos, sempre que eram dedicados à literatura ou a escritores durienses e transmontanos, levava o nome de Campos Monteiro. A verdade é que ninguém o conhecia ou reconhecia. Não nos podemos esquecer que foi dos escritores mais lidos no seu tempo. Foi esse reconhecimento que quisemos trazer para a realidade. A melhor forma de conhecer um escritor é lê-lo e para o ler temos que dispor da obra e para dispor da obra temos que saber onde está. E se está esgotada ou se perdeu temos que a reeditar".

O livro é um relato satírico da história dos acontecimentos políticos em Portugal desde 1924 a 1926.

Escrito por Brigantia

Jornalista: 
Carina Alves