Ter, 07/11/2023 - 09:15
Faz falta aos partidos políticos falar sobre o futuro e sobre temas estruturantes para o País. Foi para colmatar esta lacuna, que José Rio Fernandes e Rui Lage decidiram avançar com a realização de um ciclo de debates em várias localidades do país. José Fernandes entende que é a melhor forma de assinalar os 50 anos de vida do Partido Socialista.
“Nós estamos sempre muito a conversar na rádio, na televisão, nos jornais, sobre o dia-a-dia e não temos tempo de falar sobre o futuro, o que queremos e como é que vamos lá chegar e, portanto, um partido tão importante como o PS tem a obrigação de pensar no futuro, tem obrigação de dar resposta aos problemas de hoje, mas também temos a obrigação de pensar o que queremos no futuro”, referiu.
Ora, para Ana Gomes, oradora convidada, para Portugal ter melhor Estado Social é necessário ter um ímpeto reformista estrutural, que, na sua óptica, tem faltado também ao Governo liderado por António Costa. A candidata a Presidente da República em 2021 diz ser necessário implementar políticas que permitam um crescimento económico para resolver as questões laborais que estão a afectar Portugal.
“Temos que olhar não apenas para o curso prazo, mas para o futuro e isso supõe também um investimento público no crescimento, na alteração da estrutura produtiva do país de modo a garantir crescimento. Acho que não há nenhum português que não considere que o SNS, a escola pública são aquisições civilizacionais da sociedade portuguesa e a marca do PS é determinante nessa criação, mas tem que ser também na sustentação”, frisou.
Já Álvaro Beleza, entende ser necessária uma melhor gestão dos dinheiros públicos em áreas tão sensíveis como a Saúde e a Educação. O presidente da SEDES defende ainda ser necessário implementar uma política fiscal diferente com uma redução dos impostos, mas alargando a base tributária.
“Está a ser feita uma reforma na saúde que eu sou muito adepto, que eu acho que é positiva, integrar cuidados de saúde primários hospitalares e continuados na mesma gestão para poder haver mais comunicação e para que as pessoas não tenham que ir tanto ao hospital e acho que é um caminho que está a ser bem feito. A educação também tem desafios, porque eu acredito no estado social, isto é, educação pública e universal para todos”, destacou.
Ideias nem sempre consensuais num debate alargado com a intervenção dos próprios militantes que marcaram presença nesta iniciativa do Partido Socialista.
O facto de ter sido em Mirandela, tem naturalmente um significado simbólico, mas o líder do PS de Mirandela, Rui Pacheco, enaltece a sua importância no contexto da troca de ideias sobre assuntos relevantes para o futuro de todos.
“Isto traz uma série de vantagens que a nosso ver são importantes do ponto de vista interno, porque estes debates são fundamentais, especialmente nestas alturas de clarificação de processos eleitorais internos e numa altura em que há uma acalmia dos processos eleitorais externos que muitos vezes no derivam para caminhos mais emergentes e não ideológicos”, disse.
Depois de Mirandela, no próximo sábado, mais um debate, desta vez em Gondomar sobre a democracia local e regional. Os restantes quatro debates estão agendados para Vila Real, Guimarães, Viana do Castelo e termina no Porto a 9 de Dezembro.
Escrito por Terra Quente (CIR)
Foto: Rádio Terra Quente