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"Nem os serviços minímos nos vão condicionar no direito à greve": protestos continuam em Mirandela

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Ter, 31/01/2023 - 11:44


Os professores e o pessoal não docente vão ter de assegurar os serviços mínimos nas escolas, a partir de amanhã

A decisão foi tomada na sexta-feira, por unanimidade no Colégio Arbitral, segundo informou o Ministério da Educação. Em causa está a greve, por tempo indeterminado convocada pelo Sindicato de Todos os Profissionais da Educação.

Em Mirandela hoje há novamente protestos. O dirigente sindical, do STOP, Rui Feliciano, garante que, apesar desta questão dos serviços mínimos, as greves não ficam por aqui. "Comecei, em Dezembro, sozinho, e, hoje, temos centenas de colegas do agrupamento de Mirandela envolvidos. O descontentamento é enorme, a tristeza e a angústia é enorme. Nos, neste momento, estamos disponíveis para ir até ao fim, sem parar. O Primeiro-Ministro e o Ministro da Educação podem ter a certeza que não vamos parar. Enquanto não se sentarem à mesa das negociações, com propostas sérias, a reflectir às políticas educativas deste país, não vamos parar e vamos até ao fim, com todas as consequências que daí advenham, nem os serviços mínimos nos vão condicionar o direito à greve".

Em Mirandela houve greve na quinta-feira passada e hoje volta a haver. Um dos motivos é precisamente esta questão dos serviços mínimos. "Vamos ter um plenário nacional, com todas as comissões de greve, onde vamos tomar decisões sobre esse assunto. Hoje mesmo, um dos motivos da nossa manifestação aqui é, claramente, a situação dos serviços mínimos que é a perversão completa, por parte do Governo, acerca do direito individual à greve, um direito consagrado pela Constituição da República Portuguesa. Mesmo hoje, aqui, já tive que chamar a PSP porque alguns postos de trabalho foram ocupados por colegas que, normalmente, não estão".

No sábado, milhares de professores protestaram, em Lisboa, numa marcha convocada pelo Sindicato de Todos os Profissionais da Educação. A ideia era serem recebidos pelo Presidente da República mas o encontro não aconteceu como planeado. "O Presidente da República entendeu não nos atender mas delegou na sua assessora para a Educação. Fomos recebidos. O nosso líder nacional do STOP esteve presente mas ainda não temos uma resposta. Ouvimos ontem o Primeiro-Ministro dizer que este é um assunto que apenas diz respeito ao Governo".

Desde que começou o segundo período têm existido protestos todas as semanas, à porta das escolas do distrito. E prevê-se que as greves não fiquem por aqui.

Escrito por Brigantia

Jornalista: 
Carina Alves