Mirandelense Pedro Cordeiro tem exposição de escultura "Reborn" patente na Ecoteca

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Ter, 09/09/2025 - 08:29


Exposição já esteve no Museu do Douro, entre dezembro de 2023 e fevereiro de 2024 e está agora em Mirandela, até 5 de janeiro de 2026

O artista plástico mirandelense, Pedro Cordeiro, tem patente a sua exposição “Reborn” – um tributo à vinha e à região vinhateira - que pode ser visitada até 5 de janeiro, na Ecoteca.

A cerimónia de inauguração, promovida pelo Munuicípio, aconteceu durante a tarde do passado sábado e contou com a música de Eduardo Beça e a poesia de Lara Dias.

São peças construídas através de cepas e metais que definem a constante procura de Pedro Cordeiro em juntar materiais e técnicas inesperadas. Esta exposição “retrata o ciclo da vida”, conta.

“Visualmente tento retirar um cubo de uma das encostas do Douro e represento isso com as peças que são videiras, construídas através das cepas e com metais, e cada plinto, que são os apoios onde elas estão, fazem um declive da montanha como quem está o lado da Régua a olhar para Lamego ou vice-versa”, refere.

No entanto, o artista plástico sublinha que cada peça fala por si. “Retrata o ciclo da vida, porque estamo-nos sempre a reconstruir a renascer e a videira é um bom exemplo disso, porque todos os anos passa pelo mesmo ciclo para voltar a produzir e apanho aqui um estágio dela que é exatamente o momento em que tudo começa novamente a mexer e tudo a tomar sentido para um fim”, acrescenta.

Esta exposição também acaba por ser uma forma de homenagear a região transmontana e duriense, com alusão às videiras. Mas, Pedro Cordeiro prepara mais surpresas com enfoque na oliveira. “Também tenho algumas peças de escultura em que o mote é a oliveira, em que o processo de pesquisa já existe, mas será o próximo passo e aí sim estou a representar o território que me viu crescer”, adianta.

Pedro Cordeiro, que estudou Artes Plásticas na Escola Superior Artística do Porto, explica que todo o processo criativo exige muito tempo de pesquisa e investigação. “Exige muito trabalho e quando se passa à produção da peça em si, exige alguns cuidados até porque alguns materiais que usei eram extremamente perigosas e exige um estudo ao pormenor. É um processo que tem de ser feito com muita seriedade para não deitar tudo a perder”, ressalva.

Todas as peças da exposição “Reborn” foram o fruto de um trabalho que durou mais de dois anos e meio. Pedro Cordeiro teve ainda a preocupação da sustentabilidade ambiental. “Todo o desperdício da produção das peças da Reborn, as folhas das videiras, acabei por reaproveitar todas e criei uma peça a que chamei Ashes ” (cinzas) ”são o negativo daquilo que queria evidenciar naquele momento, que será uma boa ideia para apresentar como um caso particular do que nasceu da Reborn”, diz.

Pedro Cordeiro também já tem a sua marca na criação de peças alusivas aos trajes dos diversos caretos da região: Podence, Varge, Grijó, Vila Boa, Torre de Dona Chama e Lazarim, mas também do Chocalheiro de Bemposta, do Farândulo de Tó e do Velho de Vale de Porco.

A sua exposição “Reborn”, já esteve no Museu do Douro, entre dezembro de 2023 e fevereiro de 2024 e está agora patente na Ecoteca, em Mirandela, até 5 de janeiro de 2026.

Escrito por Rádio Terra Quente (CIR)