Mariana Leitão desmente que tenha tido qualquer interferência na saída da IL da coligação com PSD e CDS

“Completamente e absolutamente falso. Tanto que pode perguntar aqui ao coordenador do Núcleo, nunca falei com ele sequer sobre esse tema”. Foi desta forma categórica que a presidente da Iniciativa Liberal (IL) desmente que tenha tido qualquer influência na decisão de a concelhia da IL se colocar de fora da coligação com o PSD e o CDS, dois meses depois de ter assinado um acordo para integrar listas candidatas aos órgãos autárquicos do concelho de Mirandela.

É a reação de Mariana Leitão à mensagem que a candidatura da AD tem vindo a passar de que a saída teve o dedo da liderança nacional do partido. “As conversações são sempre negociadas, em primeira instância, pelas pessoas responsáveis pelos núcleos, que têm, obviamente, as suas condições e que têm as suas ideias e que têm aquilo que consideram ser as bases que são essenciais para se avançar para uma coligação. Não se tendo verificado que havia essas condições, optaram por não avançar com a coligação e apresentarem uma candidatura própria. E, portanto, não houve qualquer interferência, muito menos da minha parte, nessa questão. Foi inteiramente uma decisão do Núcleo e que, obviamente, nós apoiamos, porque aquilo que nós queremos com as coligações é garantir que as nossas ideias depois são negociadas para constarem-nos os nossos programas eleitorais e para poderem depois ser aplicadas”, acrescenta a presidente da IL, que esteve este domingo, na Estação das Artes, em Mirandela, na apresentação pública dos candidatos da IL à Câmara Municipal, Assembleia Municipal e Junta de Freguesia de Mirandela.

Mariana Leitão confessa a sua satisfação pela estreia do partido em eleições autárquicas em Mirandela. “Estamos a falar de um núcleo que foi constituído em 2024, e que em tão pouco tempo já consegue apresentar candidatura. Acho que isto é algo que, obviamente, não só nos deixa muito satisfeitos, como nos deixa bastante orgulhosos, porque apenas num ano o trabalho da coordenação do Núcleo aqui em Mirandela, na pessoa do Tiago Morais, que é o nosso coordenador, conseguiu fazer este trabalho notável em tão pouco tempo”, sublinha.

OS CANDIDATOS DA IL

A IL avança com Ângela Silva como cabeça de lista candidata a presidente da Câmara. Uma jovem de 29 anos, licenciada em Línguas, Literaturas e Culturas Inglês-Alemão pela Universidade do Porto, natural de Matosinhos, mas reside em Mirandela há 5 anos, tendo escolhido Mascarenhas para viver.

Ora, a intenção de Ângela Silva é que o Município de Mirandela tenha capacidade de criar condições para que outros jovens também venham a fixar-se no concelho. “Acaba por ser um aspeto muito diferenciador da nossa candidatura, é a nossa vontade de fixar jovens aqui e há muitas formas de o fixar, ou seja, o que é necessário é ter criatividade para fazer as medidas certas, porque é necessário tanto fixar, aliás, os jovens que já são daqui e que não têm as oportunidades de trabalho para poderem continuar na sua terra, mas também, simultaneamente, conseguir atrair jovens de outras zonas do país que queiram começar a vida aqui em Mirandela e se queiram fixar aqui também”, explica.

Ângela Silva adianta que o objetivo da candidatura que lidera é “trazer uma frescura ao concelho, que traga também ideias mais criativas e queremos que seja uma candidatura que não é de cima para baixo, mas sim de dentro para fora, ou seja, aquilo que seja produzido na Câmara, que depois toda a população do concelho seja beneficiada por isso”, diz.

A candidata da IL entende que Mirandela tem uma série de entidades e de procedimentos que dificultam tudo o que seja algum tipo de iniciativa privada. “Algo bastante óbvio é o facto de nestes 8 anos não terem sido distribuídos quaisquer lotes na zona industrial, muitos desses lotes também não estão adaptados, e depois mesmo na vida do dia-a-dia dos cidadãos não é fácil podermos ter iniciativa para fazer algo diferente sem passar por uma série de burocracia”, conta.

Ângela Silva defende a criação de um portal da transparência na Câmara Municipal, porque, “atualmente tudo o que seja digitalização promovida pela Câmara ou está obsoleta ou há informação que está a faltar em termos digitais e, acima de tudo, que seja de fácil acesso aos cidadãos”, afirma.

Por essa razão a candidata da IL, propõe esse portal “onde as pessoas poderiam ver tudo o que fosse contratações, adjudicações diretas, tudo o que fosse o orçamento municipal e depois o resultado real disso, ou seja, despesas e receitas municipais, um sítio onde o cidadão pudesse facilmente ir verificar para onde é que está a ir o dinheiro que gasta na cidade e que cada euro que um mirandelense gaste seja bem gasto”, explica.

Quanto às expetativas de resultado na estreia da IL, Ângela Silva entende que “só o facto de estarmos aqui já é algo extremamente positivo. Saímos de uma coligação, já tínhamos trabalho anteriormente preparado, conseguimos em tempo recorde preparar as três listas para nos podermos candidatar, portanto, só por aí já estamos extremamente contentes, mas não temos ainda qualquer perspetiva de resultados”, confessa.

Na Assembleia Municipal, o cabeça de lista é Tiago Morais, atual líder do núcleo da IL de Mirandela, e Luís Eleutério é o cabeça de lista à Assembleia de Freguesia de Mirandela.

Escrito por Rádio Terra Quente (CIR)