Mais de 1400 placas de toponímia em português e mirandês estão a ser colocadas no concelho de Miranda

PUB.

Sex, 04/06/2021 - 08:46


O Município de Miranda do Douro vai colocar 1415 placas de toponímia no concelho nas duas línguas oficiais no país: português e mirandês

No centro histórico de Miranda, em Sendim e Picote o nome das ruas já surgia nos dois idiomas, o objectivo é agora uniformizar e abranger todas as 31 localidades do concelho, explica o autarca de Miranda do Douro, Artur Nunes.

 “Nestes três locais já existem placas bilingues, digamos estavam à frente nesta matéria, quisemos dar uma harmonização ao nível de todo o concelho, em placas de toponímia e os topónimos surgem primeiro em mirandês e depois em português. Em todas as freguesias, vamos colocar cerca de 1400 placas e ficará todo o concelho coberto”, explica o autarca.

O processo iniciou-se há alguns anos com a constituição de uma comissão municipal de toponímia, constituída por investigadores, designadamente linguistas e historiadores, bem como presidentes de junta.

“Envolvemos um conjunto de pessoas à volta deste contexto dos topónimos, dos locais, das freguesias. Esta comissão fez um trabalho excepcional nos diferentes locais, ao nível do levantamento em cada lugar do concelho e chegou-se a um consenso final relativamente ao nome de ruas, topónimos e números de polícia”.

O levantamento envolveu também as populações de cada aldeia para que as diferenças linguísticas de cada localidade fossem tidas em conta.

“Não é só a questão dos nomes das ruas”, afirma, já que não se tratou apenas de traduzir de português para mirandês, “mas foi todo um trabalho preparatório na questão do mirandês, porque há uma forma de falar e de pronunciar nas diferentes localidades”, no entanto, a comissão “encontrou uma via para a toponímia sair em mirandês e português”.

O município de Miranda do Douro aplicou 60 mil euros neste projecto de placas de toponímia bilingues, por entender que era “urgente e necessário proteger e registar este património identitário, de valor inestimável”.

Escrito por Brigantia

Jornalista: 
Olga Telo Cordeiro