Macedo de Cavaleiros foi palco do descontentamento dos técnicos de diagnóstico

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Seg, 10/01/2011 - 10:55


O Sindicato das Ciências e Tecnologias da Saúde mostrou este fim-de-semana, em Macedo de Cavaleiros, o descontentamento pela falta de resolução das carreiras dos Técnicos de Diagnóstico e Terapêutica.

No primeiro Encontro de Reflexão sobre a área no Nordeste Transmontano, o sindicato teceu elogios ao ACES Nordeste e deixou ainda alguns conselhos para melhorar a saúde na região.

 

 Um estudante de Ciências Farmacêuticas ao terminar uma licenciatura de 180 créditos entra na Carreira de Técnico Superior de Saúde, ao passo que um estudante de Farmácia, no Politécnico, termina a licenciatura com 240 créditos e entra na nomenclatura de Técnico de Diagnóstico e Terapêutica, recebendo à partida menos cerca de 500€ mensais. Na mesma situação estão Fisioterapeutas, Terapeutas da Fala, Cardiopneumonologistas, Técnicos de Radiologia, entre outros.

 O processo de revisão da carreira destes técnicos foi parado pela própria ministra da Saúde. Almerindo Rego, presidente do Sindicato, não consegue entender os motivos que levaram a ministra a afastar-se das negociações.

“O projecto com que iniciámos as negociações era da senhora ministra, era um projecto de consenso. Entretanto a senhora ministra, em Março do ano passado, pára as negociações, altera a sua posição não a fundamentando e retira-se das negociações”, diz. O presidente do sindicato acrescenta que “depois a ministra veio dizer para a comunicação social que está tudo negociado, que há acordos com toda a gente, o que não é verdade. Pode haver com uma parte dos profissionais, porque os técnicos de saúde estão todos a zeros e somos cerca de 10 mil, com igual dignidade dos nossos colegas médicos ou enfermeiros.”

 

Apesar dos problemas inerentes às várias profissões incluídas na área dos Técnicos de Diagnóstico e Terapêutica, Almerindo Rego, sublinha que o ACES Nordeste é um exemplo a nível nacional, que é preciso manter.

 

 “O Nordeste tem uma curiosidade, tem o ACES com a maior densidade de técnicos por número de habitantes do país”. Acrescenta que “há aqui  duas linhas de intervenção, uma devido às características demográficas da região e depois as próprias autoridades de saúde da região”.

 

O presidente do Sindicato dos Técnicos de Diagnóstico e Terapêutica dá exemplos de pontos a melhorar no Nordeste Transmontano.

 

 “Nomeadamente ao nível da audiologia, do rastreio das doenças da audição e da optometria, do rastreio das doenças da visão, acho que ainda há muito a fazer”. Almerindo Rego refere que “muito do que tem que ver com o sucesso escolar passa por vermos precocemente o que se passa com as crianças a estes dois níveis, pois pode afectar o comportamento da criança enquanto estudante”.

 

Em Macedo de Cavaleiros, o sindicato deixou ainda algumas sugestões para a saúde da região, como a colheita de sangue para análise passar a ser feitas nos centros de saúde, evitando deslocações; a constituição de um Conselho Técnico de Diagnóstico e Terapêutica no Centro Hospitalar do Nordeste e a obrigatoriedade de ter professores da área a coordenar os respectivos cursos no ensino superior da região.

 

Presentes neste encontro estiveram Vitor Alves, director executivo do ACES Nordeste; Helena Pimentel, presidente da Escola Superior de Saúde de Bragança e Jorge Gomes, governador civil. O presidente do Conselho de Administração do Centro Hospitalar do Nordeste foi convidado mas desculpou a sua ausência com motivos de agenda.

Escrito por CIR