Lar de idosos em dificuldades por falta de acordos com Segurança Social

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Ter, 28/12/2010 - 09:20


Meio ano depois de ter entrado em funcionamento o novo lar da Santa Casa da Misericórdia de Macedo de Cavaleiros, situado na aldeia do Lombo, ainda não tem acordos de cooperação com a Segurança Social. A falta de apoio do Estado está a dificultar o funcionamento da instituição, que abaixo dos 50% de ocupação, não consegue sequer pagar as despesas.  

O dinheiro para a construção do lar chegou do Luxemburgo e da Fundação Felix Choumé.

Do Estado Português, a Santa Casa da Misericórdia queria apenas que fossem estabelecidos os acordos de cooperação, que permitissem a ocupação das 55 camas da nova instituição.

Sem financiamento, a lotação do lar está a menos de metade.

 

Tem vinte utentes, a pagar uma média de 700 euros, o que não dá sequer para cobrir as despesas.

“Eu não posso fazer um balanço positivo porque os encargos são muitos. Só de electricidade e gás gastamos cinco mil euros por mês” adianta o provedor. “Neste momento as mensalidades do 20 utentes que temos dão para pagar os vencimentos dos funcionários e pouco mais” acrescenta.

 

O lar da Misericórdia funciona como um privado e Castanheira Pinto sublinha que assim só podem ser acolhidos aqueles que, para além de entregarem toda a reforma, os filhos consigam cobrir a restante despesa.

“Não há acordos de cooperação e as reformas dos utentes são pequenas” afirma. “Isto praticamente está a funcionar como um lar privado, coisa que nós não queríamos. Os utentes têm de pagar muito dinheiro e as reformas são pequenas e só vêm para cá aqueles cuja família consegue suportar os encargos”.

 

Tendo em conta que o lar foi construído com financiamento estrangeiro, seria de mau tom, segundo Castanheira Pinto, mantê-lo fechado, mesmo depois de concluído.

Quanto à resposta do Estado, ao provedor a informação que chegou foi a de que “não há dinheiro”.

“Seria muito mau se tivéssemos acabado o lar e não o puséssemos a funcionar. Tivemos de lutar para que ele funcionasse com lucro ou com prejuízo” refere. Quanto aos acordos “só me dizem que não têm dinheiro. Eu acredito que vá ter acordos mas não sei quando nem quantos”.

 

Mesmo no caso de se concretizarem os acordos de cooperação, a Santa Casa da Misericórdia de Macedo está convicta que não chegarão para as 55 camas.

Contudo, se o protocolo englobar 30 utentes, o provedor garante que o lar será rentável.

 

Tentámos por diversas vezes contactar a directora do Centro Distrital de Segurança Social de Bragança, mas não foi possível chegar à fala com Teresa Barreira, porque se encontra no estrangeiro, a gozar um período de férias.

Escrito por CIR