Qua, 23/11/2011 - 11:49
O também presidente da Câmara de Mirandela acha que se for dito aos eleitos locais que a união faz a força, e que só com freguesias com maior dimensão poderão ser conseguidos outros benefícios para as populações, poderá haver menor resistência à mudança.
Opina também que se a agregação de freguesias for bem feita, até os concelhos podem ganhar com isso:
“Passou mal a mensagem das Juntas de Freguesias. Não vai ser só o critério da população e das distâncias que vão fazer as novas juntas. Se as assembleias conseguirem ser consensuais e propuserem freguesias que tenham justificação, não só na população mas também nas actividades económicas que possam ter em conjunto, podem ser aprovadas em Assembleia Municipal. Era o próprio concelho que teria uma perspectiva diferente. Porque se for só para poupar uns tostões às juntas não vale a pena”, sublinhou.
Declarações de José Silvano à margem de uma sessão de esclarecimento sobre a reforma da administração local, em Carrazeda de Ansiães, organizada pela concelhia e pela distrital do PSD.
Neste concelho foi constituída uma comissão no seio da Assembleia Municipal para acompanhar o processo. Rui Martins, membro deste grupo, explica o que está a ser feito: “Está a estudar o documento do Governo, e serve de interlocutor junto dos próprios presidentes de Junta, na esperança de que as pessoas reflictam sobre estes aspectos e apresentem propostas que serão atendidas.”
Rui Martins diz que tem notado muitas resistências por parte dos presidentes de junta a esta reforma, mas confessa que já estava à espera: “As pessoas baseiam-se em critérios emocionais e bairristas. Aquilo que o Governo nos dá hipótese de fazer é que sejamos nós a apresentar uma proposta, que seja um debate aberto à população. Se não, passamos a bola para o lado de lá e não ficaríamos tão bem servidos.”
Só que entre os autarcas impera a ideia de que a reforma, que prevê a extinção de freguesias, vai ser má para as suas populações, como é exemplo o presidente da Junta de Freguesia da Fontelonga, Gilberto Ferraz:
“Na minha opinião vai ter mais impactos negativos do que positivos. O único elo de ligação com o poder local vai deixar de existir. Será só para poupar mais dinheiro mas são as juntas urbanas que gastam mais dinheiro e que fazem menos falta.”
Gilberto Ferraz diz que vai lutar pela manutenção da sua junta de freguesia, até por que só tem menos um habitante do que o mínimo de 300 exigidos para este tipo de freguesias rurais.
A freguesia de Amedo não está em risco de extinção, mas mesmo assim o presidente, Rui Castro, não concorda com a reforma:
“A minha opinião é que o modelo se devia manter porque quem perde são as pessoas idosas.”
Até à decisão final sobre as freguesias que vão ser agregadas ainda vai haver muita discussão, mas o parto não se adivinha nada fácil.
Apesar disso, os eleitos locais terão mesmo que apresentar uma proposta, sob pena ser o Governo a decidir por eles.
Escrito por CIR