Seg, 10/02/2020 - 07:53
Considerada a maior festa do concelho, a feira reuniu, este ano, mais de 450 expositores, entre eles cerca de 70 produtores de fumeiro de raça bísara, o ex-libris vinhaense. Quem produz e, no fundo, dá o ser à feira, assegura que o certame tem vindo a crescer e que este houve muita mais gente que por lá passou. "Isto foi começando a progredir cada vez mais. Antigamente não havia tanto pessoal", explicou Deolinda Rodrigues, de Prada, no concelho de Vinhais, que participa desde a primeira edição, tendo faltado apenas duas ou três vezes. "Isto cresceu muito, no princípio só traziamos o fumeiro de dois ou três porcos mas agora já se matam muitos mais", disse Idalina Afonso, de Cabeça de Igreja, também no concelho de Vinhais, que participa quase desde o começo, há perto de 35 anos. "Houve nais gente este ano. Vende-se muito, desde a chouriça, à alheira... salpicão já nem trouxe nenhum porque vendi tudo em casa", referiu Regina Fernandes, de Romariz, Vinhais, que arrecadou o primeiro prémio no concurso para eleger os melhores salpicões da feira. "Eu tinha muitas encomendas, muitas como quem diz que eu não tenho muito fumeiro mas, do que trouxe, a maior parte já estava encomendado", disse Bernardete do Vale, de Vila Boa de Ousilhão, Vinhais.
Na feira foram vendidas cerca de sete toneladas de enchidos mas esta é apenas uma montra do que se produz, já que há vários produtores a comercializar o produto além do que são os quatro dias de certame. Luís Fernandes, presidente da câmara de Vinhais, sublinha que foi um dos anos em que passou mais gente pela feira e que o investimento para a realizar é pequeno face ao retorno trazido. "O balanço só pode ser muito positivo tendo em atenção as vendas e a afluência de gente. Não temos um calcúlo exacto mas tenho a certeza que foi dos anos que a feira teve mais gente. Atendendo à quantidade de gente penso que vamos superar os cem mil visitantes que previamos. Estamos a falar num investimento superior a 250 mil euros mas o retorno que vem para o concelho é enorme".
Na feira esteve, ontem, a líder do Bloco de Esquerda. Questionada sobre o facto de o partido não ter conseguido fazer aprovar a descida do IVA da electricidade, Catarina Martins, de passagem por uma região que, em relação ao litoral, gasta mais electricidade para aquecer as casas, disse que não desistirá do pretendido. "O IVA da electricidade não ter baixado neste Orçamento do Estado foi uma oportunidade perdida e uma enorme irresponsabilidade política. Houve aqui muita gente que me veio falar disso mas não baixou porque o Bloco de Esquerda foi o único partido que foi coerente da primeira à última votação e não é verdade que baixar o IVA da electricidade trouxesse algum problema às contas do país. Baixar para a taxa miníma custa, por ano, menos do que o desvio que o ano passado o Novo Banco teve e que Mário Centeno encaixou nas contas públicas sem um soluço".
A Feira do Fumeiro, em Vinhais, começou quinta-feira e terminou ontem. Estima-se que tenham passado perto de cem mil pessoas pelo certame, que contou com produtores de fumeiro, espaço gourmet, tasquinhas e bares, exposição de máquinas agrícolas, artesanato e feirantes de rua.
Escrito por Brigantia