Qua, 10/01/2024 - 08:58
Segundo esclareceu, não está em causa a nova direcção do bloco. Disse considerar que para problemas diferentes as respostas têm que ser diferentes, o que não estava a acontecer para o Interior do país. “Não é a questão da direcção. Não é propriamente a alteração de direcção que faz com que haja uma mudança da política para o Interior. Isto já vinha a suceder há algum tempo. Considero que só a existência de serviços públicos não resolve os problemas do Interior e considero que é essencial a luta pelo Interior do país, desertificação e despovoamento e isso não está a ser acautelado porque acho que devemos ir mais longe, seja na discriminação positiva a nível de impostos para as pequenas e médias empresas, seja na atração de talentos, seja no valor acrescentado da agricultura e na potenciação dos agricultores, que tão bem produzem mas que têm dificuldades em exportar e vender os seus produtos a preços significativos”.
Jóni Ledo diz que o território nacional tem que ser visto como um todo e não se pode olhar apenas para o Litoral. “Continuamos, nos concelhos pequenos, a não ter gente abaixo dos 35 anos, ou poucas pessoas. As pessoas que tiram cursos universitários vão para o Litoral ou estrangeiro. Porque necessitam de o fazer, por questões económicas. Isto não está a ser acautelado. Nem a questão da investigação nessas áreas tão essenciais, como a agricultura e pecuária. Acho que devemos ter una posição mais firme”.
E admite que sai sem qualquer rancor e que deu o melhor que podia dar. “Fiz sempre tudo o que podia fazer. Estive 12 anos na Assembleia Municipal de Vila Flor. Acho que fiz o trabalho possível dentro das minhas condições. Já não estou muito por dentro da direcção do bloco, deixei de ser dirigente nacional em Maio e distrital há mais tempo. Desejo tudo de bom ao bloco. Não tenho perfeitamente decidida a minha decisão de voto para as próximas eleições mas continua a achar que o BE é essencial na esquerda portuguesa e na democracia”.
Jóni Ledo era militante do Bloco de Esquerda desde os 18 anos. Foi candidato pela primeira vez à Assembleia Municipal de Vila Flor com essa idade e eleito com 19 anos, cargo que exerceu até 2021. De 2009 a 2022 foi dirigente distrital e nos últimos desses quatro anos, porta-voz da Comissão Coordenadora Distrital. Entre 2021 e 2023 foi dirigente Nacional, fazendo parte da Mesa Nacional do Bloco de Esquerda.
Escrito por Brigantia
