Qua, 24/01/2024 - 08:58
Inicialmente o INEM pediu ao município para que a aeronave aterrasse no estádio. A câmara rejeitou, por problemas na infra-estrutura. A alternativa seria o aeródromo, mas ficaria a 11 km do hospital. Agora sabe-se que vai passar aterrar no campo do IPB. Ainda assim, a deputada do PS eleita por Bragança, Berta Nunes, não poupou críticas ao presidente da câmara de Bragança, afirmando que só colocou entraves. “O senhor presidente da câmara de Bragança, com a sua vontade de fazer oposição ao Governo, está a descurar os interesses dos nossos doentes e, de facto, não há qualquer motivo para que ele não tenha colaborado com o INEM”.
Dizendo que o helicóptero é um “equipamento da maior importância”, para fazer com que as pessoas “sejam socorridas em tempo”, Adão Silva, deputado do PSD eleito por Bragança, crítica o Governo e refere que há má gestão no que toca à falta operacionalização de recursos humanos, técnicos e financeiros. “O Governo tem orçamento cativo para isto, apenas não foi suficientemente diligente e consciencioso para a escolha do helicóptero adequado para poder operar nos condicionalismos que já se sabia que existiam. A questão dos helicópteros apenas espelha um aspecto muito particular mas muito exemplar do que se passa na saúde. Há uma grande componente de desperdício de falta operacionalização de recursos humanos, técnicos e financeiros porque há má gestão. Era preciso corrigir isto nos pequenos detalhes mas também nas coisas muitíssimo importantes, como nesta questão”.
O Bloco de Esquerda também está desconte com a situação. Para a deputada do Bloco na Assembleia da República, Isabel Pires, trocar o helicóptero apenas veio prejudicar o Interior. “Estamos a falar de uma zona do país que sabemos que já tem problemas acrescidos por ser o interior mais profundo do nosso país e é incompreensível esta decisão e escolha por parte do Governo. Existe um equipamento, no caso do helicóptero, que funcionava e troca-se por um que não pode ser utilizado para os hospitais, nomeadamente de Bragança e Mirandela, mas também de Massarelos, no Porto, que são aqueles mais utilizados pelo helicóptero do INEM situado em Macedo de Cavaleiros”.
A situação também está a alarmar os nove autarcas que compõe a Comunidade Intermunicipal das Terras de Trás-os-Montes. Os presidentes tomaram uma posição relativa às “deficientes condições de funcionamento do helicóptero do INEM”. O Conselho Intermunicipal da CIM deliberou, por unanimidade, manifestar a sua “preocupação” relativamente restrições operacionais verificadas, reiterando que não pode ser colocada em causa a “protecção na saúde”. Neste sentido, “reivindica a reposição das condições de funcionamento do helicóptero do INEM”.
A certificação tem de ser solicitada pela Unidade Local de Saúde do Nordeste, responsável pelos dois heliportos. A ULS adiantou que “tem em curso os processos de autorização de operação para aeronaves de maiores dimensões nos heliportos hospitalares de Bragança e de Mirandela pela Autoridade Nacional de Aviação Civil, dando assim cumprimento aos habituais procedimentos relativos à avaliação destas infra-estruturas atendendo às normas e práticas recomendadas neste âmbito”.
Escrito por Brigantia