Sex, 08/03/2024 - 13:10
Maria Luís Martins, coordenadora do Núcleo de Atendimento às Vítimas de Violência Doméstica, da Associação de Socorros Mútuos de Bragança, esteve a distribuir flores, esta manhã, no mercado municipal. Cada uma das flores tinha uma mensagem, sobre vários temas nos quais ainda há muito por fazer, nomeadamente em questões de desigualdade de género, salários, assédio e até mesmo violência. As mulheres só podiam levar a flor se já tivessem passado pelo que a mensagem em causa dizia. Oferecê-las foi complicado… e porquê? Porque ainda há muitas questões pelas quais é preciso lutar. “Esta flor é para uma mulher que já teve a liberdade para expressar a sua sexualidade sem ser julgada e, nem sempre, temos muitas mulheres com este tipo de experiência. Se não for o caso, a mulher não pode levar esta flor”, explicou Maria Luís Martins, que disse que outros temas são as “situações de assédio, violência, não ver o trabalho respeitado, sobretudo o doméstico, abdicar de vontades”.
Maria da Conceição conseguiu encontrar uma flor para levar, mas reconhece que é preciso lutar por igualdade todos os dias. “É um dia especial. Todos os dias batalhei e temos que ocupar o nosso lugar”.
A iniciativa, o “100 Floreados”, foi da Associação de Socorros Mútuos dos Artistas de Bragança e da delegação local da Cruz Vermelha, que esteve representada por Camila Santos. A voluntária revelou que a presença da entidade serviu para alertar para questões ligadas à sexualidade, campo onde também há muito por fazer. “Foi primeiro descoberto o genoma humano que a localização do clítoris. É uma coisa que não faz sentido”.
A iniciativa contou com o apoio da Associação Transmontana Pelo Desenvolvimento. Ana Correia integra-a e diz que a data tem que trazer a discussão o facto de se estar longe da igualdade entre homens e mulheres. “Não é um dia de festejar, é um dia de lembrar que há muitas mulheres que continuam a ser vítimas e a não ter os seus direitos consagrados e precisam da nossa voz por elas”.
Além desta actividade de sensibilização, à tarde há uma aula de yoga aberta à comunidade, com o objectivo de por as mulheres a falar umas com as outras e de lhes oferecer um momento de relaxamento.
Em 1975, o dia 8 de Março foi instituído como Dia Internacional da Mulher, pelas Nações Unidas.
Escrito por Brigantia