Condutores do distrito manifestaram-se em Bragança contra aumento de IUC

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Seg, 06/11/2023 - 07:54


Vários condutores da região manifestaram-se, ontem, em Bragança, contra o aumento do Imposto Único de Circulação, proposto pelo Governo, no Orçamento do Estado para 2024, para os veículos anteriores a 2007

A manifestação foi convocada pelo movimento cívico STOP IUC e aconteceu em diversas capitais de distrito.

Em Bragança, Celina Almeida, que tem quatro carros, três de 2000 e um de 1996, e nem quer calcular quanto poderá vir a pagar de imposto. “Pago cerca de 300 euros, por todos, por ano. Ainda não fiz contas, nem quero fazer, porque espero bem que isto não vá para a frente. Isto é mesmo enterrar o povo. Eu não vou comprar um eléctrico porque não tenho possibilidades para isso. O Governo não se mentaliza de que não temos a carteira deles”.

Artur Silva também tem quatro carros. Se a proposta for para frente, só há uma solução: desfazer-se deles. “Eu tenho quatro carros antigos, dos anos 80 e 90. Para não os dar dados, tenho-os em casa. Mas, assim, tenho que os mandar para a sucata e já não pago nada de IUC. Dizem que os carros poluem. Há carros que estão quase parados. Poluem mais os deles, de alta cilindrada. Eles são piores que o Salazar. No tempo do Salazar, os carros aos 20 anos ficavam livres de imposto. Agora carregam nele”.

Na região, a organização ficou a cargo do Motocruzeiro de Bragança e da Associação de Automóveis Clássicos de Vila Flor. José Pires, desta última entidade, diz que a proposta é uma estupidez. “Os carros anteriores a 2007 pagaram o IA no acto da compra e, por isso, não têm que estar sujeitos a nova tributação porque os outros, a partir de 2007, já não pagaram. Também vêm com a história da poluição mas não faz sentido. Um carro com 40 anos faz uns 100 ou 200 quilómetros por ano, portanto não vai poluir assim tanto. Também disseram que, no principio, era para compensar o abaixamento das autoestradas, mas 90% destes carros não vão passar numa. Isto é uma estupidez. Querem arranjar dinheiro a qualquer custo”.

Carlos Pinto também pertence à organização e fala de uma proposta que servirá para roubar os pobres. “Estes carros, de 1980 a 2007, são carros que circulam 10% dos que circulam os carros de 2007 a 2023. Só governos como o que está actualmente, que talvez seja um dos piores e um dos piores primeiros ministros que já tivemos, desde o tempo de D. Afonso Henriques, é que faz um aumento destes. Isto é um roubo aos pobres”.

A manifestação serviu para o povo se insurgir contra a medida que prevê alterar as regras de tributação para os veículos anteriores a 2007, determinando que estes deixem de ser tributados apenas com base na cilindrada, passando a ser considerada a componente ambiental.

Escrito por Brigantia

Jornalista: 
Carina Alves