Condenado pela morte de Giovani Rodrigues diz-se inocente e pediu recurso da sentença ao Tribunal Constitucional

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Ter, 27/05/2025 - 09:07


Bruno Fará, condenado pelo Tribunal de Bragança a 10 anos e três meses de prisão, pelo crime do homicídio simples, contra Giovani Rodrigues, pediu recurso da sentença ao Tribunal Constitucional, depois de um recurso para o Tribunal da Relação de Guimarães e para o Supremo Tribunal de Justiça, que confirmaram a decisão de Bragança

Quer assim reverter a situação porque diz que nunca tocou no jovem que morreu. Confessa que levou o pau para a rixa que se deu em dezembro de 2019 mas que apenas se envolveu em confrontos com um dos amigos do cabo-verdiano. “As pessoas que me conhecem bem sabem perfeitamente que se fizesse alguma coisa o iria admitir em tribunal. Tinha de haver um culpado e neste caso foi o dono do pau, mas o pau andou em várias mãos e em tribunal não se conseguiu provar porque toda a gente se calou”, disse.

Este foi um dos sete arguidos que se sentou no banco dos réus neste caso. O Ministério Público, em 2023, pediu a absolvição de todos os arguidos, à exceção deste, para o qual pediu uma condenação por ofensas à integridade física agravadas pelo resultado morte, mas o coletivo de juízes decidiu que havia crime de homicídio, alegando não ter dúvidas de que o jovem morreu por causa de uma paulada na cabeça, desferida por Bruno Fará.

Se for preso, teme pelo que irá acontecer à mulher e aos filhos. “Estes anos que estive fora da prisão foi só trabalhar de manhã à noite para deixar dinheiro à minha esposa e à minha filha. O dinheiro não vai esticar, são 10 anos e três meses, por um crime que não fiz e é isto que mais me revolta”, assegurou.  

O pai do jovem que morreu, Joaquim Rodrigues, considera que a condenação devia ser de mais anos e que mais arguidos deviam ter sido sentenciados. “Os outros não provocaram a sua morte, mas agrediram-no e como o agrediram pensámos que eles também iriam ser condenados, embora com penas diferentes. É com muita tristeza e angústia que a família recebeu a notícia do julgamento final morte prematura do nosso querido Giovani”, disse.

Giovani Rodrigues veio estudar para o Instituto Politécnico de Bragança, em 2019, e morreu, num hospital no Porto, dia 31 de dezembro desse mesmo ano, precisamente dez dias após uma contenda, onde terá sido ferido. A autopsia não conseguiu ser conclusiva quanto ao que poderá ter matado, sendo que em cima da mesa estavam uma paulada e uma queda.

Escrito por Brigantia

Jornalista: 
Carina Alves